A complexidade humana está configurada num aforismo bastante conhecido que diz: "De antropólogo, médico e louco, cada um temos um pouco.
Mas há um simples detalhe nesse aforismo, onde se pode substituir a primeira atividade, colocando uma outra qualquer em seu lugar, de modo que atenda a necessidade de quem usa o mesmo em proveito próprio, digamos.
Assim sendo, neste caso aqui, o primeiro termo citado me é muito particular em virtude de possuir uma verve voltada para esse assunto: antropologia.
Nesses últimos tempos tenho conjecturado sobremaneira, no aspecto de tentar descobrir se já nasci com tal verve de forma inata ou se a adquiri nesse meu tempo de vivência, haja vista que é assunto ao qual me dedico com afinco, tentando buscar a explicação e o porquê das muitas mazelas humanas em nosso cotidiano.
Há algum tempo atrás cheguei a desenvolver uma tese, onde buscava definir que a inteligência humana é pura falácia, não fazendo jus à fama que esse possui com relação às suas práticas diárias, onde deixa claramente configurada mais ignorância do que, propriamente, inteligência. E citava cinco circunstâncias que homologava a falta da tal inteligência humana. São elas: bebe, fuma, joga, gasta mais do que ganha e tem amante na rua.
Mas a ideia primeira, aqui, não é gerar discussão nesse sentido. É, sim, deslocar a discussão para um outro ponto que penso ser muito mais profundo do que esse aqui citado. Estou a me referir ao progresso tecnológico, instrumental e ferramental que se instalou e se instala no mundo atual, de forma quase avassaladora, onde a espécie humana não consegue, ela própria, acompanhar tal progresso, bem como não alcança e nem segue a mesma velocidade com a qual esse fenômeno se dá. Daí as dificuldades que as pessoas apresentam no que tange à sua capacidade profissional, ficando abaixo das expectativas que tal mudança se nos apresenta.
É muito comum ouvir-se de alguns a afirmação de que "não têm tempo para nada!". Mesmo havendo avião a jato, computador, celular, dentre outras modernidades, o humano consegue achar seu tempo pequeno, diariamente. E uma das práticas mais infelizes perpetrada por ele é não obedecer a horário. Nunca chega na hora certa.
Podemos citar o exemplo dos bancos em nosso país que usam um aparato eletrônico de fazer inveja. No entanto, uma das coisas que mais se reclama por aí é a demora com que o correntista é atendido em sua agência bancária.
Se faltar luz, então, ninguém consegue mais executar nenhuma operação bancária. Lá vêm aquela famosa notícia: " o sistema está fora do ar". E aí, não tem jeito. Aliás, tem: esperar o sistema voltar e pronto!
Na área pública, contar com a informática para ver o andamento de seus processos com mais eficácia, é perder tempo. Parece até brincadeira. Quanto mais se informatiza esse setor, mais dificuldades o cidadão-contribuinte encontra no atendimento às suas necessidades. Nesses últimos tempos, por exemplo, tudo é feito através do famoso "agendamento". E tome chá de cadeira!
Mas antes que esqueça, o termo mais representativo que pode existir em nosso vocabulário, quiçá no vocabulário universal, é: PARADOXO. Porque, quanto mais se tenta mudar as coisas nesse país, mais fica a mesma coisa. E o pior: ninguém consegue se enxergar. É uma cegueira crônica e geral.
Por isso, os culpados serão, sempre, o Presidente da República, o Governador ou o Prefeito. O cidadão-contribuinte é um "santo". Porque, aqui neste país, todos só têm direitos. Ninguém têm obrigações.
Tá explicado.