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quinta-feira, 27 de julho de 2017

O DESABAFO DO MEU GRANDE AMIGO, SEVERINO BIU, O TAXISTA.

    Ontem, ao dirigir-me costumeiramente para o restaurante na Urca, onde almoço frequentemente, encontrei na esquina do quarteirão com o meu grande amigo Severino Biu, o taxista. E logo de cara observei pelo seu semblante que ele não estava muito tranquilo, até muito pelo contrário.
    E quando nos aproximando um do outro ele foi logo dizendo que não estava bem. Havia algumas coisas que o agoniavam, incomodavam e, até, estavam lhe fazendo mal, haja vista que possui sérios problemas de hipertensão.
    Então, indaguei dele o que é que estava acontecendo de tão grave para que ele chegasse àquele estado de desconforto e de sofrimento. E ele disse-me que a situação do país e da nossa cidade, o Rio de Janeiro, está muito confusa e complicada.
    E continuou, dizendo que os tempos são praticamente outros nesse nosso cotidiano, onde a decência, a probidade e a legalidade escafederam-se por completo. Já não se respeita mais as leis do país, e isto partindo pelos próprios agentes públicos, principalmente os envolvidos nos poderes da República.
    Mas o que mais o estava incomodando é essa situação que ora acontece no país, que envolve o uso de aplicativos de taxi. Onde empresas internacionais implantaram tal sistema, à revelia do próprio poder público, mas amparado por medidas liminares, o que anda causando um tumulto muito grande em tudo e em todos.
    Informou-me, por exemplo, que tal serviço pode ser comparado aos camelôs . Ocupam os espaços públicos de forma irregular, e tem nesse contingente pessoas totalmente despreparadas para tal mister. Também informou-me que muitos deles nem são os proprietários do veículo, usando-o no serviço e pagam diárias, do mesmo jeito que acontece no taxi regular.
    Outro fato que me esclareceu foi que o taxista padrão, tem obrigações diversas com tudo e todos, passando por várias fiscalizações durante o ano para poderem exercer a profissão, o que não acontece com os que ele chama de "camelôs do transporte de passageiro". 
    Informou-me, também, da obrigatoriedade de um taxista regular ter que manter uma apólice de seguros que beneficia só a terceiros, no valor de R$50.000,00. Em caso de qualquer acidente, o passageiro estará coberto até àquele valor, independente de quaisquer coisas.
   Ele entende que há problemas em sua classe profissional. Mas que isto existe em todas as outras. No entanto, diz que os próprios usuários é que são culpados das coisas erradas que se dão nela. Porque quando ocorre de um deles, taxista, enganar ou tratar mal ao usuário, deve haver a obrigação deste em denunciar o infrator ao órgão fiscalizador, o que dificilmente acontece. Dizem os usuários que "não adianta de nada, tal reclamação".
   É claro que isso não representa a verdade, porque todo taxista sabe muito bem que uma reclamação feita a ele por qualquer usuário, representará uma tremenda dor de cabeça, com o risco de perder sua permissão para trabalhar como tal.
   Mas o fechamento dessa questão por parte desse meu amigo, tem a ver com a sua opinião sobre a própria população: diz ele que grande parte das pessoas
faz parte do enorme contingente daqueles que usam de subterfúgios para viver, aproveitando-se, sempre que podem, de artimanhas diversas para defender seu pão de cada dia.
   E comunicou-me que hoje sua classe não trabalhará. Irá protestar pela cidade, para denunciar tantos absurdos, bem como todo o desrespeito que a classe vem recebendo no dia a dia, sem ver as autoridades tomarem pé de uma situação tão complicada, que poderá descambar para acontecimentos desagradáveis e sofridos. Para a classe e para todos.
    

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