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quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

COISAS DE 'BRASILIS'

    Já devo ter falado a respeito da dificuldade que possuo em relacionar-me com pessoas mais jovens. Quero até acreditar que isso ocorra com a maioria das pessoas que já alcançaram a faixa sexagenária de idade, ou mais. Porque os tempos e os modos são outros, totalmente diferentes da época em que éramos jovens também.
   Ao sair ontem de carro, logo cedo, não observei que o pneu dianteiro direito do mesmo estava muito baixo. Só fui observar tal fato ao sair do bar onde parei para um lanche rápido. Então, fui direto ao borracheiro o qual estou acostumado a fazer tais serviços.                                                        Borracharia antiga
   Chegando lá, um dos rapazes prontificou-se a consertar o pneu. Só que antes eu solicitei que ele elevasse do chão a referida roda, verificando se haveria um prego ou algo similar enfiado no pneu, que é o que mais acontece, nesses casos, provocando o vazamento do ar do pneu. Mas ele não considerou o que eu havia solicitado. Daí que falei-lhe que ele deveria atender à solicitação do cliente, antes de mais nada. Mas devido à sua contrariedade, também me contrariei com a situação.
   Mas dei uma certa sorte porque logo achegou-se um outro rapaz, este eu já o conhecia de antes, e foi no comentário que fiz dele, que o outro saiu do circuito. Eu, de brincadeira, disse que o que chegava era o meu borracheiro preferido. Claro que o outro não deve ter gostado disso.
   Então, transmiti ao segundo atendente que fizesse o mesmo o que eu havia transmitido ao primeiro. E este prontamente fez o que eu solicitei. Levantou a roda dianteira direita, girando-a. Daí que constatou que havia um pequeno parafuso enfiado no pneu. E era isto que estava provocando o vazamento do ar do mesmo.
Borracharia nova
   O engraçado é que o atendente anterior, chegou a preparar a chave em cruz para desapertar a roda e retirá-la, dizendo-me que o serviço tinha que ser completo. E após seu colega efetuar rapidamente o conserto, eu o chamei para que ele verificasse que o método que eu havia sugerido era o mais prático e rápido, porque nem foi preciso retirar a roda do local. Hoje em dia eles usam um produto tipo tripa, que enfiam no furo e sanam o problema de imediato.
   Mas qual é a moral desta história? Simples. Essa juventude que está aí, acha-se a tal. E não aceitam palpites de jeito nenhum, mesmo que seja de alguém com a bagagem de vida extensa. E que, numa situação como essa, bastaria ele raciocinar com mais apuro, pra saber que o que lhe havia sido dito e pedido, era a ação mais racional para aquela oportunidade, fazendo-lhe poupar tempo e trabalho desnecessários.
   E é por isso que não tenho a menor paciência com essa gente. Porque no meu tempo de jovem, nós éramos quase que obrigados a atender aos mais velhos, coisa que hoje já não se pratica, tendo sido por isso, por exemplo, que criaram uma lei específica para proteger e beneficiar os idosos.
   Coisa de Brasil. Ou melhor: de um país tupiniquim.

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