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segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

REFLEXÕES E CONSTATAÇÕES

     Há exatamente sete anos reciclei-me espiritualmente e decidi abolir a religião da minha vida. Isto porque do que li, ouvi, vi e vivi nessa existência quase septuagenária, através das muitas análises, conjeturas e reflexões e observações do dia a dia das pessoas e do mundo, verifico tantos absurdos que é impossível alguém falar num "deus" e fazer as coisas que faz. Vejo isso como pura desfaçatez.
    Daí que criei uma tese a respeito do que muitos (ou todos) classificam espiritualidade. Esta propriedade a meu juízo, é uma sintonia com o que existe de misterioso na vida. Dentro e fora do universo em que estamos. Mas que não possui nenhuma conotação religiosa. 
     As religiões no mundo, não se sabe precisar exatamente quantas são. Mas todas elas buscam para si as verdades, sejam elas quais forem. Mas não passam nem perto disso. A mistura que fazem com espiritual e material já saiu do normal.
     O homem, através da ciência, já desbaratou, desmanchou, condenou, contraditou e explicou muitas das situações a que a humanidade se apegava com relação a alguns fenômenos ditos espirituais/religiosos. Mas mesmo assim muitos ainda insistem em se deixar levar por certas histórias, dogmas, propagandas, lendas, simpatias e que tais.
      Penso que exista uma só alternativa ao humano para viver bem, junto a todos e com todos. Voltar-se exclusivamente para a natureza. Os dons naturais que nos cercam, nos governam e nos dominam. Porque vive-se quase sempre a rebater tal aspecto. E assim estamos caminhando para a extinção  do nosso planeta, bem como com o fim da vida humana nele.
       Há uma exploração indevida e quase ilógica da evolução humana. E aí forma-se o que podemos classificar como um paradoxo. Porque praticamos os vários tipos de evolução na vida, mas que nos andam causando sérias ameaças à própria nossa vida.
        O homem das cavernas evoluiu até chegar nesses nossos dias, mas anda fazendo coisas muito piores do que fazia naquela época. E a violência urbana homologa isso. E a partir da invenção do dinheiro, todas as outras mazelas iniciaram-se para cooperar para a destruição das pessoas e do mundo em que vivemos.
         A ganância, a frieza interpessoal, a indiferença ao semelhante, o desrespeito a tudo e a todos. Mas, principalmente, a covardia, são expressões frias e insensíveis do humano para com o seu semelhante. Tudo isso junto e misturado define o nosso cotidiano nesses tempos ditos modernos e/ou atuais.
          E todo esse prólogo, se é que o podemos considerar desse modo,  serve tão apenas para abordar a respeito das tragédias de Mariana e Brumadinho. Fora outras muitas que já aconteceram em nosso país. Mas por certo, muitas outras acontecerão ainda em futuros (médios e longos). Apenas os dias, as horas, os lugares e as vítimas serão outras. Mas as tragédias acontecerão sempre.
          E isso só não se dará de forma tão intensa e constante como se dão, se a raça humana voltar-se para a sua maior e exclusiva propriedade: a inteligência. Até aqui, pelo que vemos, ela ainda está num estágio atrasado, impedindo que tenhamos uma vida muito melhor. Principalmente com o respeito de todos a tudo. Sem nenhuma exceção.

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