Pelo andar da carruagem, o fator "tradição", no futuro, não existirá. Toda e qualquer situação que deveria se manter por séculos e séculos, como era antes, não se manterá, sofrendo com frequência interferências de todas os modos, a ponto de não conseguir a preservação para que, lá adiante, as novas gerações tenham conhecimento do que existiu em tempos passados.
Peguei carona numa notícia do jornal "O Globo" desse Domingo, onde há uma reportagem intitulada "Cariocas saudosistas fazem do Facebook um Museu de Época", onde há um quadro chamado "Rio Antigo Social Clube" que mostra fotos antigas das diversas regiões da cidade, cujo progresso incumbiu-se de mudá-las, fazendo com que o que era antes, hoje já não é mais.
Um dos episódios mais famosos, envolvendo alterações físicas e patrimoniais na cidade do Rio de Janeiro é a que envolveu o antigo Palácio Monroe, na Cinelândia, inaugurado em 1906, e que foi destruído pelas mudanças feitas no centro da cidade, lá pelos idos do ano de 1974.
Na citada matéria de "O Globo", é apresentada uma série de fotos antigas, mostrando como eram aquelas regiões antes das mudanças. Muita coisa foi mudada sem necessidade, deixando-nos a idéia de que as obras só são feitas com o intuito da locupletação dos envolvidos nas verbas utilizadas para a execução de tais obras. E isto acontece até hoje, como sabemos.
Inclusive uma fato chama-me a atenção: é ver que a cidade fundada em 1565, até hoje sofre interferências de novas obras, sem que este processo termine e a dê como pronta, mesma já possuindo vários séculos da sua fundação. É claro que sei que sempre haverá necessidade de certas manutenções. Mas não da forma como acontece.
Isto mostra que o planejamento de novas obras não consideram o futuro, bastando apenas resolver-se a situação de forma atual e não futura como deveria ser, com isso poupando verbas que serão gastas
em novas interferências naquelas mesmas áreas.
Para terminar, o prefeito atual resolveu derrubar o Elevado da Perimetral, construindo um novo túnel, que diz, será o novo itinerário dos veículos oriundos da zona norte em direção à parte do centro e da zona sul. Imaginem quanto dinheiro estará sendo jogado fora em função da destruição de uma parte do patrimônio físico da cidade? Mas a população assiste inerte tais interferências.
Ainda bem que existe a internet. No futuro, as novas gerações poderão ver e saber como eram as antigas paisagens dessa cidade. Ainda bem, repito!!!
*As fotos são de "O Globo", na referida matéria citada.