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sábado, 24 de junho de 2017

SÓ PODE SER CARMA

    Para um sábado de inverno, nada mais sugerível (pedindo desculpas pelo neologismo, claro) do que dissertar a respeito de assuntos de, quase, pouca importância. É como, mal comparando, falássemos de abobrinhas. Mas isso não chega a tanto.
   Tudo porque numa matéria no site do MSN, o jornalista/apresentador/âncora Paulo Henrique Amorim, deslanchou em pesadas críticas ao William Bonner, da Globo, além de estender tais críticas a outros membros daquela emissora, bem como à própria.
   E pegou pesado, diga-se. Criticou o novo formato e as novas instalações da edição do Jornal Nacional, noticiário muito famoso da TV Globo, já no ar por várias décadas. E, claro, deve ter repercutido de certa forma tal matéria, incomodando alguns dos referidos, nela.
   A princípio pode-se interpretar como puro despeito do autor da crítica porque ele fez parte daquele mesmo pessoal e da emissora, há algum tempo atrás. Então, é normal uma certa mágoa, o que também pode-se imaginar uma certa dose de inveja. 
   Mas a Globo já não é mais a mesma emissora de antes. Já não mantém a liderança tão acentuada que possuía. Tanto pelo progresso das concorrentes, quanto pela queda na qualidade dela mesma. No caso dos componentes atuais, que substituíram os antecessores de tantos sucessos.
   No entanto, o que se pode observar com o passar do tempo é que a qualidade profissional das pessoas já não é tão acentuada quanto daquelas de décadas atrás. Com uma diferença radical na composição da parafernália eletrônica que as da atualidade têm ao seu dispor.
   Só que isso não se resume e nem se limita a essa área jornalística. A coisa é mais abrangente do que se imagina. Porque o profissionalismo, em geral, tem se modificado para pior, deixando a entender que a dita parafernália eletrônica não tem ajudando muita coisa no desempenho profissional do brasileiro.
   Tal situação é o que já se dissertou aqui nesse espaço, classificando isso como um puro paradoxo existencial. Porque as dificuldades que ainda temos no país, que abrange a quase todas as áreas profissionais, ainda é alarmante. Mas que, contrariamente ao que era esperado, se acentua a cada dia que passa. Ou seja: não se evolui adequadamente como seria esperado por todos.
    Tudo isso só pode ser considerado uma verdadeira lástima. Mostra muito bem a cultura criada em nossa terra, onde grande parte das pessoas se acham mais do que são, na verdade, desrespeitando as regras universais, tanto da estrutura, quanto da conjuntura, da engrenagem necessária para o desenvolvimento da nossa, bem como de outras nações no planeta.
    O agravante nisso tudo é ver a falta de percepção de todos para tal situação. É como se existisse uma cegueira crônica e permanente nas pessoas, que as impedem de visualizar a verdade plena do que é expressar cidadania nas práticas individuais da população. E uma das deficiências maiores que se observa e constata em nosso país é o estabelecimento de prazos nas tarefas, bem como o cumprimento deles, nelas.
    Assim é que a sombra do sub desenvolvimento parece não querer nos deixar, assombrando-nos cotidianamente em nossas vidas e existências. Só pode ser carma.

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