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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

RELEMBRANDO CAPISTRANO DE ABREU

     Outrora em nosso país existiu uma celebridade, Capistrano de Abreu, que expressou a seguinte ideia: "A Constituição Brasileira deve conter apenas dois artigos:
   Art. 1º - Todo brasileiro deve ter vergonha na cara.
   Art. 2º - Revogam-se as disposições em contrário."
      Tal procedimento deu-se lá pelos idos de 1908. E pelo que se vê nesses dias atuais, "vergonha na cara" é uma coisa em extinção. Haja vista que só a tem quem é decente. E só o é quem tem caracter. E ponto final.
      Infelizmente no universo público e político brasileiro, as práticas que se veem por aí, de uma grande parte das pessoas que estão na gestão pública, passam muito longe disso. Os problemas e dificuldades do povo são inúmeros, constantes e frequentes. E não se vê nenhuma perspetiva de melhora nesse âmbito.
      O Rio de Janeiro, nesses últimos tempos, têm passado por situações caóticas, conflitantes e desesperadoras. Principalmente no que tange às condições de vida de sua população. Esta vive a reclamar de tudo. E as suas necessidades básicas, que deveriam ser observadas pelo poder público, não o são.
      A segurança, a saúde, a educação e o transporte público no Rio de Janeiro, deixam a desejar em todos os sentidos. E seria muita leviandade da imprensa se ela noticiasse isso tudo diariamente e não fosse a verdadeira realidade dessas situações.
      Mas nesses últimos dias a situação agravou-se muito e desesperadamente, no que toca ao trânsito da cidade. Com a ideia maluca do prefeito de derrubar o Elevado da Perimetral e a construção do tal de Túnel Viário, as dificuldades criadas ao cidadão é o que podemos classificar como "coisa de doido".
      Quisera aparecer por aí algum especialista que se propusesse calcular o valor e o custo do sofrimento da população nos engarrafamentos da cidade, com desgastes físicos e materiais provenientes disso, e chegaríamos a valores estratosféricos, com certeza. Mas até agora não apareceu esse expert. Por isso não temos a exata dimensão do estrago que foi e está sendo feito.
       Mas o pior de tudo é ver a população manter-se fria e serena (e indiferente) a tudo isso. Não há nenhuma manifestação contrária a tanto absurdo. Dessa forma, haveria a necessidade de se ressuscitar o personagem citado no início, para que ele tentasse, no mínimo, mobilizar uma parte do povo, cobrando respeito de todos aqueles que não o fazem à população carioca.
      Mas é sempre bom lembrar que em outubro vindouro haverá eleições. Mesmo que não abranjam a esfera municipal, mesmo assim já será possível alijar desse universo uma boa parte de maus políticos que estão gravitando em nosso universo social, cortando-lhes a possibilidade de continuar agindo da forma como estão, contrários ao ensejo popular.
      E de imediato, o meu voto será nulo, com certeza. E não tenham nenhuma dúvida disso.

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