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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

PODE-SE CONHECER A SI MESMO E AOS DEMAIS, SIMULTANEAMENTE?

     Seguindo a linha quase metafísica do texto anterior publicado aqui neste espaço, citarei um trabalho de uma fraternidade que se diz espírita/científica, cujo autor incumbiu-se de dividir/classificar a humanidade numa escada de nove degraus. O princípio básico desse estudo refere-se (ou tem a ver) com a reencarnação humana.
     De antemão faço o seguinte reparo com relação a isso: oras, se a humanidade que está aí (ou esteve), reencarna, como pode o número de habitantes no planeta alterar-se para mais o tempo todo?
     Os Espíritas tentam justificar/explicar tal processo dizendo que viemos de outros planetas. Mas explicam isso de uma forma, digamos, subjetiva, porque não se informa quais e quantos planetas participam desse processo de transferência espiritual.
     Mas desconsiderando tais desencontros, voltando à classificação na escada, supõe-se que todos os habitantes do planeta Terra, percorrerão o trajeto dela, partindo de sua base, até alcançar o último degrau (oito), já numa situação de vibração angelical, tornando-se um ser puramente espiritual e não mais carnal.
     O interessante é que com essa classificação nos nove degraus dessa escada, são discriminados e identificados o nível de espiritualidade de cada um de nós, com as respectivas demonstrações de nossas aptidões e propriedades mentais e comportamentais, o que facilita a convivência com cada um dos nossos semelhantes. Pelo menos no plano teórico, claro.
     Só que entre a teoria e a prática, vai uma distância/profundidade abissal. Porque esse processo do auto conhecimento, bem como do geral, requer um trabalho profundo, partindo do princípio de três análises: a identificação através do olhar da pessoa, a auto análise e a auto crítica, o que, convenhamos, são tarefas/exercícios dos mais pesados para um ser humano. 
      E é aí que está o problema dessa questão/situação. Pudéssemos todos, sem exceção, realizar tais propostas, e com isso aprendêssemos a identificar e conhecer cada um de nossos semelhantes, tudo poderia ficar mais fácil no convívio diário e permanente de nossas vidas.
      E seria dessa forma que nos livraríamos de muitas situações pelas quais passamos em nossa existência. Eliminaríamos atritos entre nós e entre todos. Enfim, nos tornaríamos super pessoas. E isso, claro, pode ser considerada pura utopia. 
      Mas mesmo que algum de nós consiga alcançar tal performance de conhecimento humano/espiritual, correríamos um sério risco de nos tornarmos um "mago negro", como bem é desenhado nesse mesmo estudo. Ou seja: tiraríamos proveito próprio de toda essa situação.
      Felizmente, ou não, esse estudo encontra-se num processo de limitação na própria instituição que o possui. E fazendo-se uma ilação infame, pode-se dizer que formou-se nessa situação um tremendo de um paradoxo. Porque ela não evoluiu, de acordo com o estudo e a proposta que apresenta para a humanidade.  

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