MAS O MEU NEGÓCIO É CONJECTURAR

   A modernização do Estádio do Maracanã, além da obra que foi executada nele, deixa outras nuances no ar, que deveriam receber uma atenção maior de todos e, principalmente, daqueles profissionais que estudam e pesquisam o comportamento das pessoas.
   As modificações que foram feitas, como sabemos, tenta igualar os moldes estrangeiros ao estádio, principalmente ao europeu. De certa forma isso é positivo. No entanto, não há como deixar de reparar uma diferença muito grande entre os dois povos, o do primeiro mundo e os brasileiros, sul americanos.
   O primeiro fato é com relação ao preço das entradas. Acabou-se aquela possibilidade de o povão adquirir entrada pelo método conhecido como geral. Agora os ingressos são numerados e os torcedores ocupam lugares demarcados. Também a venda só é feita de forma antecipada e pela internet.
   O antigo fosso que havia lá e que separava o gramado da geral não existe mais, sendo que apenas um muro faz essa separação. Os torcedores que ali se situam, ficam bem próximos ao campo. Mas nessa partida, foi flagrante a presença de muitos seguranças. Provavelmente eram todos policiais mas disfarçados de pessoas comuns, isto para quebrar a imagem de dureza que antes se dava com a presença deles fardados.
   A periferia e adjacências do estádio sofreu modificações extremas, sendo que a principal delas foi o impedimento da circulação de veículos em seu entorno. É óbvio que tal medida pode ser considerada como puro preciosismo, devido ao exagero praticado e que trouxeram muitos contratempos e dificuldades para a população que faz uso das vias naquele local. O livre ir e vir do cidadão foi desrespeitado, sim.
                                                                                                      Foto de "O Globo"
   Dentre outras mudanças, pode-se observar que daqui para frente "tudo vai ser diferente", como diz uma canção famosa brasileira. É óbvio que é um processo de pedagogia - e de didática, também - que se está colocando em prática ao povo brasileiro, que, como sabemos, não é seguidor das regras, leis regulamentos e normas, que a própria sociedade desenvolveu e desenvolve, no intuito de exigir que as pessoas portem-se de modo racional e equilibrado em seus cotidianos. É esperar para ver se vai dar certo.
    Infelizmente o preço que se pagou (e ainda está se pagando) para se buscar aproximar o comportamento do povo brasileiro ao do europeu é muito alto. Até porque existe uma diferença muito grande nas remunerações entre esses povos, isto é flagrante demais para todos. Mas a vida é assim mesmo. O país já possui tempo suficiente de existência para deixar o atraso em que se colocou.
    Agora, é torcer para que novas mudanças se dê no país, com relação a comportamentos
e atinja, principalmente, aos políticos brasileiros. E que estes tenham comportamento parecido - se não igual - aos de lá do primeiro mundo.
   É esperar e ver se isto acontece.