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domingo, 30 de março de 2014

UM CINQUENTENÁRIO PARA NÃO SE COMEMORAR

     Amanhã, 31 de Março, faz cinquenta anos do "Golpe de 1964" acontecido no Brasil, feito pelos militares brasileiros contra aqueles que queriam transformar nosso país num regime comunista, idêntico ou parecido com os que havia em Cuba e na Rússia.
     Muitos denominaram isso como uma revolução. Mas os militares o classificaram como uma contra-revolução. Isto porque eram os guerrilheiros que queriam realizar uma revolução no país, seguindo a linha cubana e russa, como já dito.
     E depois de tanto tempo, ainda há muitos que estão aí a buscar refrega e revanche aos acontecimentos daquela época. Baseando-se em fatos distorcidos, aproveitando-se circunstancialmente da situação, haja vista que o que era considerada como esquerda há alguns anos atrás, está, agora, no poder.
     A internet, felizmente, possui muita matéria a respeito daquela época. Basta que a pessoa se interesse a buscar as informações e a terá de forma simples e fácil. E esclarecedora. Desde que não se deixe levar por leviandades nem oportunismo.
     E como sou um sessentão, posso dizer que vivi uma parte desses acontecimentos. Só não participando diretamente deles por alguns aspectos. O primeiro foi em função da idade. No ano de 1964 eu possuía 12 anos de idade. Mas no decorrer dos tempos a seguir, já rapaz, vivenciei uma parte desse período que alguns classificam de "tempos de chumbo".
     É necessário dizer que naquele tempo não se via a remota possibilidade de uma pessoa andar nas ruas, fosse lá em que hora, para ser assaltada ou coisa parecida. Nunca fui impedido de ir a lugar nenhum. Andava pelas ruas na madrugada vindo de bailes, sem que ninguém o impedisse ou ameaçasse.
     Mas uma das obrigações que tínhamos era andar com os documentos no bolso. Uma outra era a de ter que possuir vínculo empregatício. Nesse caso, se não atendêssemos tais exigências, a polícia nos colocava na caçamba do "camburão" e éramos levados para o distrito policial. Mas sem tapa na cara ou agressões, como acontecem hoje com a polícia militar quando efetuam esse tipo de operação.
     Um outro aspecto muito importante que verifiquei nesses acontecimentos foi que uma grande parte dos que nele se envolveram e estão aí vivos, procedem de forma não muito lícita. Aproveitando de certas circunstâncias por ocuparem cargos representativos no poder. E já naquele tempo foram classificados como bandidos e não revolucionários.
     Muitos dos que estão aí se vangloriando de heróis, para mim não passam de hipócritas. Dos que vejo, posso afirmar que se trabalhassem e ajudassem seus pais na manutenção familiar, naquela época, não teriam tempo nem oportunidade de participar desses acontecimentos e nem passariam pelos apertos que passaram. Isto porque uma gama deles, desde novos, buscaram a aventura inconsequente e fugiram, isto sim, das responsabilidades que a vida cobra de qualquer um de nós.
     No entanto, é necessário registrar que algumas situações fugiram à normalidade, sim. A questão das torturas físicas foi uma delas. Mas isso aconteceu, acontece e acontecerá sempre nesses processos. E temos a prisão americana de Guantánamo, em Cuba, para corroborar tal história. É uma condição inaceitável, sem dúvidas.
     Mas no caso dessa, envolvendo o "golpe de 1964", o resultado foi o previsto. Os militares tinham todas as condições a seu favor. Desde número de componentes e todas as outras. Possuíam armamentos, logísticas de ações táticas, suporte geral para esse tipo de ação. Enquanto os subversivos não possuíam muitas coisas. Mesmo que houvesse alguns núcleos de resistência no interior do Brasil. Possuíam só a coragem e o idealismo. Daí que o resultado só poderia ter sido o que deu.
     E nos dias de hoje, muito mais convicção eu possuo de que a situação se resolveu de forma positiva para o nosso país porque os que estão aí se arvorando em donos de certas verdades estão, sim, nas tramóias e maracutaias
políticas e financeiras. E vários deles já estão em cadeias, condenados que foram por crimes cometidos recentemente. 
     A minha preocupação é ver que um número restrito de pessoas consiga colocar "minhocas na cabeça" de milhares de outras. Principalmente das pessoas mais jovens. E isso, a meu juízo, é altamente perigoso. Faz-se necessário que estas busquem saber a verdade plena dos fatos e não enveredem por caminhos difíceis que lhes trarão dificuldades e dissabores em suas vidas.
      Desnecessariamente.

    * Em tempo: É sabido que muitas das pessoas que tiveram participação nesses acontecimentos, o fizeram de forma inconsciente, levados por aventuras próprias da idade jovem. Porque a essência desse movimento era transformar o nosso país de um governo democrático, como era, em um sob domínio do regime comunista. Essa é a única verdade que todos os jovens de hoje devem ter ciência.
      E que os "espertos" daquela época, usam o sistema de tortura como alegação para suas más ações.

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