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sexta-feira, 10 de julho de 2015

O "NEM" DAS FRUTAS

     A cidade do Rio de Janeiro é quase que uma cidade sui generis, pelas muitas complexidades e peculiaridades que possui. Basta andar por ela para vê-las. Mas, óbvio, é necessário ter um pouco mais de concentração nas observações que se irá deparar em andanças nesses locais. E, aqui, acrescente-se, o andar pelo centro dela.
     E mesmo tendo nascido aqui, que na época era considerado o Distrito Federal, portanto, a capital do país, vez ou outra que ando ou perambulo por aquelas regiões, sempre me deparo com algo novo, digamos. No mínimo, inusitado. Mas também podemos considerar como interessante. Tudo isso e mais alguma coisa, acaba findando num ponto só.
     Hoje, tive a necessidade de ir àquela região. E lá não dá para ir de carro. Porque quem o fizer, irá se aborrecer, com certeza. Ou vai-se de ônibus, metrô ou táxi, neste último caso dependerá das condições financeiras de cada um, haja vista que o preço é mais puxado do que nos outros dois transporte. Mas compensa pela exclusividade e maior comunidade de quem usa este sistema de transporte.
     E ao andar pelas adjacências da Praça Tiradentes, vi ali um personagem que até já faz parte daquele lugar. É o "Nem das Frutas", um "negão" camarada, que já está ali há mais de 25 anos. E sempre no mesmo lugar: nas esquinas da Praça com a Avenida Passos, bem pertinho do Teatro João Caetano. Mas seu nome verdadeiro é Rosalvo de Abreu. E ele se for chamado assim, provavelmente nem atenderá. Mas que também os que por ali transitam nem sabem o seu nome verdadeiro.O Nem das Frutas

     Mas mesmo com as obras ali realizadas pela prefeitura nesses anos todos, nada o fez abandonar aquelas paragens, resistindo ao tempo a tudo e a todos. Comercializando suas frutas aos transeuntes que por ali passam diariamente.
     Acrescente-se aí que ele já está na terceira geração de vendedor de frutas. Isto porque seus filhos e, agora, netos, participam de seu negócio. E foi exatamente essa circunstância que despertou-me o interesse em criar esta crônica. Porque nesse dia, ao passar por ali, notei a presença de um rapazote, que fiquei sabendo do "Nem", ser seu neto. E o auxiliava nas vendas das frutas.
     São tais fatos que acrescentam à cultura carioca. Pessoas que marcam suas vidas e os lugares onde sobrevivem, durante todos os dias úteis do ano. Fazendo chuva ou sol, estão ali na defesa de sua sobrevivência. E em certos casos, como o do "Nem", destaca-se pela longevidade. Tanto na atividade quanto na localização. Não deixa de ser um fato surpreendente. E interessante.

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