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sábado, 5 de novembro de 2016

SOMOS TODOS CULPADOS DESSE REVERTÉRIO EM QUE ESTAMOS E NOS ENCONTRAMOS


    De tudo o que já li, vi, ouvi e vivi, não necessariamente nessa ordem, nessa vida, conclui o seguinte: quanto mais viver é angariar um monte de coisa. E essa é, com certeza, a frase mais óbvia que alguém poderia dizer. Mas tudo bem. É assim mesmo.
    Só que nesses acúmulos de coisas na vida, compreende, também, uma quantidade imensa de maus acontecimentos e más situações, porque tudo isso também está incluído nesse percurso existencial. E mesmo que se considere tudo isto como bagagem ou aprendizado, tem que se dar um desconto para as coisas ruins desse e nesse processo. Isto porque viver só as coisas positivas da vida seria fácil demais, convenhamos.
    E se alguém se propuser pesquisar junto aos mais velhos, com certeza ficará sabendo que, entre a maioria deles, há um certo pessimismo em suas existências. A vida, quanto mais presente e futura, nos traz um peso muito forte em viver. E mesmo que tal existência nos seja de conquistas e aprendizados, o fardo vai aumentando a cada dia que passa. E assim o peso vai ficando insuportável.
    Aos mais velhos, é extremamente difícil lidar com a juventude. E com a evolução tecnológica ainda fica pior. Porque essas mudanças são mais favoráveis aos mais jovens. E mesmo que uma pessoa de idade busque atualizar-se aos tempos modernos, mesmo assim ficará em desvantagem com as de idade menor. E isto é explicado nesses últimos tempos, onde criou-se uma terminologia para tal: As gerações Y e Z.
    E isso implica dizer que a geração que está aí compreendida entre os últimos vinte cinco anos últimos, já nasceu dentro da tecnologia. Para eles, de certa forma, fica tudo mais fácil. Porque acostumaram-se apenas a apertar teclas. Sim, num outro texto neste mesmo espaço falo sobre isso e explico as diferenças.
    A vantagem dessa nova geração é que eles já encontraram e encontram, praticamente, a coisa pronta. Porque os instrumentos e ferramentas disponíveis a eles, já realizaram e realizam grande parte das manobras profissionais que nós, os de mais idade, realizávamos em passado remoto e recente, acima dos trinta anos para trás.
    E é óbvio que eles não sabem, não percebem e nunca o farão, a respeito dessas diferenças. Porque não possuem parâmetros para tal, como os mais velhos o possuem. Eles não viveram nossos tempos. E só saberão disso, daqui há uns trinta a quarenta anos no futuro.
    Assim é que se vê esses movimentos de protestos em escolas do país. Onde eles as invadiram, primeiramente contrariando a lei. Sim, desrespeitam-na de uma forma acintosa. E o fazem com a complacência dos agentes da lei, que deveriam se impor a tais absurdos, bem como com a omissão de seus pais e responsáveis, que se escondem de suas responsabilidades de controla-los e educa-los, fazendo-os respeitarem a plena cidadania no país.
    É assim que a geração de idosos, hoje, sofre em ter que conviver com tais e com tantos absurdos da modernidade. E de uma forma que até nem podem mudar tais coisas, só cabendo assisti-las e se desgastarem física e psicologicamente. Eis a questão.
    Mas existe um fato interessante nisso tudo. É ver a juventude atual sofrer baques terríveis. Morre-se hoje de forma simples e natural, paradoxalmente ao que deveria acontecer. Porque a morte só chega aos doentes ou aos de idade avançada, salvo raras exceções. Mas com a atual juventude, está ocorrendo a cada instante dessa vida. Porque, de certa forma, ela está e anda procurando seu fim. Pelo desrespeito que perpetram. A tudo e a todos. Eis o preço a pagar.
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