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quarta-feira, 7 de novembro de 2018

O PEDIDO DE PERDÃO APAGA TODOS OS PECADOS?

     Não custa repetir ou relembrar a famosa frase de Shakespeare através de um de seus personagens que disse: "há mais coisas entre o Céu e a Terra do que pode imaginar nossa vã filosofia". Isso para reforçar a ideia de que o ser humano não conseguirá desvendar a totalidade deles, mesmo que viva infinitamente.
     A Filosofia incumbiu-se de espraiar teses e teorias mundo afora. A ciência também cumpriu a sua parte em desvendar boa parte desses mistérios, tornando-os claros para muitos. Mas a humanidade ainda está distante daquilo que se espera dela, porque falta-lhe consciência. Pelo menos para grande parte dos humanos no mundo.
     E um outro fato importantíssimo é o da pseudo inteligência humana, tão propagada por todos, mas de um modo simples pode-se muito bem constatar que isso não chega a expressar a verdade. Digamos a absoluta, mesmo que alguns, ou muitos, se incomodem com tal termo.   
     Então, de um extenso preâmbulo, chegamos ao ponto básico dessa assertiva. Estamos nos referindo ao perdão. E há enes citações e significados para esse termo. E são todos de profundidades abissais. Mas podem também se confrontarem com outros aspectos. E o primeiro deles é a posição de cada uma das pessoas no mundo. Elas possuem o direito de concordar ou não com tal situação/posição.
     Depois de muito e tanto refletir a respeito, cheguei a uma conclusão: aquele que pede perdão deve antes refletir profundamente sobre isso, porque há a necessidade de se auto criticar-se e analisar-se para observar o tanto e quanto fez de mal ao outro. Também refletir sobre o tempo que isso durou. Então, cairá na real e descobrirá que não existe perdão para quem fez tanto mal.
     Uma simples fase: "perdoo-o!", não pode desfazer, tampouco desmontar situações tão terríveis quanto as perpetradas pelo pecador. Isso seria pura insensatez. Mas também desfaçatez. Porque como é que alguém pode esquecer o mal que fez por uma simples citação? Aí já é forçar demais a barra.
     Isto requer dizer que sendo ou não perdoada, uma pessoa continuará interiormente carregando a culpa de suas más ações para com tudo e com todos. É imperiosa tal situação e condição. Porque se esquecê-las, demonstrará toda a sua frieza e indiferença à maldade. E isso é fácil demais.
     De foro íntimo, afirmo que não aceito perdão seja lá de quem for. Caso perceba que o pecador que me fez muito mal, passe a observar outros procedimentos, que sejam mais fraternos, mas sem falsidades, até posso reavaliar o convívio com aquele. Mas é claro que uma situação dessa não é possível para muitos. Uma pessoa tem que possuir um espírito elevadíssimo, quase angelical. E convenhamos: não se contam nos dedos pessoas dentro desse padrão e dessa exigência, no mundo.

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