COISA SIMPLES

    Em mais de uma matéria neste espaço já tive a oportunidade de manifestar a minha contrariedade com aquelas pessoas que vivem a falar do período que chamaram (e ainda chamam) de Ditadura, em nosso país. E dessas, do que tenho conhecimento sobre a maioria delas, só me causam verdadeira ojeriza. Porque não são pessoas com as quais me identifico no plano moral.
   É óbvio que seria até leviano se fosse embasar certas ações que também aconteceram nesse período, perpetradas por gente sem escrúpulos e com certo grau de covardia em suas ações, onde passaram dos limites de seus cargos/funções públicas, buscando agir como juízes, praticando deliberações fora daquilo que podiam. E assim o que se viu, repercute até os dias atuais.
   Pela idade que possuía, 12 anos, em 1964 não participei de nenhuma ação, contra ou a favor daquele movimento. Mas alguns anos depois, já no início dos anos setenta, vivi e vivenciei esses dias. E já trabalhando, nunca encontrei nenhuma dificuldade na vida, que se relacionasse a quaisquer proibições. Ia para onde queria, sem ser incomodado.
   Mas do que vejo aí certas colocações, muita gente diz que foi atingida, de uma forma ou de outra, nesse período. Mas o que posso dizer a respeito, pelo menos em certas partes? Que grande parte daqueles que se disseram revolucionários, na verdade, eram verdadeiros criminosos. E os arquivos estão aí mesmo para confirmar tudo. É só buscar na internet e tomar conhecimento deles. 

   No entanto, o que vemos por aí por parte daquela gente que ainda está viva nesses nossos dias, é tentar enganar a muitos, colocando-se como vítima, quando na verdade eram algozes. Mataram, roubaram, fizeram ações que trouxeram sofrimento para muitos, também. E há a necessidade de se dizer que a intenção deles era transformar a nossa nação em comunismo puro, aos moldes de Cuba, China e Rússia.

   Mas do que vejo dessa gente que ainda está aí viva, tenho plena convicção disso. Porque a maioria deles ainda carrega lastro pesado com relação às más ações que participaram naqueles tempo. E o maior exemplo disso, estamos vendo na pessoa da Dona Dilma Rousseff, que foi impedida de continuar no cargo de Presidente da República, por crimes em suas gestões.

   No caso específico dessa personagem, ainda há pendências que envolvem transações nefastas ao país na aquisição de duas refinarias de petróleo. Uma no Japão e outra nos Estados Unidos. Bem como todo esse imbróglio que envolve a Petrobras, onde muitos já foram incriminados e condenados, por participações desonestas em várias operações. O Ministério Público está em andamento nas análises desses crimes. E num futuro próximo poderemos ver seus desfechos.

   Mas com relação à muita gente que vive a dizer que foi atingida por ações pesadas naquela época, a maioria delas não sofreu um simples arranhão. Mas vivem aí afirmando o contrário. E do que se vê nelas, a maioria não possui quase nenhuma coragem, sequer, para espantar um cão feroz que as ameace, quanto mais para encarar fuzis militares em confrontos. É de fazer rir.

   E corroborando isso, citaria três delas: Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Esses, só confrontaram o poder através de seus instrumentos e voz. E longe do país. E olhe lá. Porque naquela época, se trabalhassem, produzissem algo mais produtivo, ajudando suas famílias, até poder-se-ia considera-los pessoas mais atuantes. No entanto, faziam parte daqueles que desejavam transformar nossa nação num regime comunista.

   Mas a presente assertiva, até aqui, é apenas um prefácio daquilo que se quer falar a respeito dessas circunstâncias políticas atuais às quais estamos atravessando, desde o impedimento da Dona Dilma Rousseff no cargo presidencial, o que ocorreu esta semana. Essas mesmas pessoas estão aí a estimular aos ingênuos e ignorantes, a perpetrar atos contra a democracia e à população brasileira, instigando-os a irem para as ruas protestar contra o que ocorreu em Brasília, no Congresso Nacional.

   No entanto, há que se observar o modo e a maneira que usam nesses protestos. Quebram instalações públicas e privadas, ferem a lei de forma profunda, bem como criam movimentações contrárias ao bom funcionamento da ordem pública. Não são pessoas que se manifestam de forma ordeira e contra aquilo que não aceitam. São, sim, verdadeiros criminosos, bandidos, que devem ser enfrentados e penalizados com o rigor da lei.

   Infelizmente grande parte da população brasileira ainda está longe daquilo que classificamos como consciência cidadã. Porque se existem problemas sérios no Congresso Nacional, relativos à qualidade de seus membros, a culpa disso só se pode atribuir à própria população, que é quem escolhe e coloca lá, tais elementos.

   Então, toda essa situação não chega ser de difícil compreensão. Pelo menos para aqueles que exercitam a sobriedade. Há dois lados nessa moeda. Os decentes e os indecentes. Os primeiros querem a obediência às leis. Os segundos, buscam o contrário. Eis a questão. Daí, que o resultado tem que ser um só: a penalização de todos os que não seguem e nem obedecem a ordem. Coisa simples.