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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

OS "BAILES DO MELA CUECA" : SÓ QUEM OS VIVEU SABE O QUE FOI BOM

    Mesmo que vez ou outra, sair do presente e relembrar o passado faz muito bem a qualquer um, com certeza. Assim é que deixemos de lado tanta coisa pesada e sofrível e façamos uma viagem aos tempos bons da vida.
    Para quem possui mais de cinquenta anos, como eu, é duro viver os dias atuais. Óbvio é que o fator idade pesa nessa situação. Mas não é só ela, não. O ambiente em que se vive hoje em dia é muito diferente daquele em que vivemos nós, os atuais coroas. Ou os "tios", como eles gostam de nos tratar. Mesmo que não tenhamos nenhum parentesco entre nós. É até muito engraçado tal situação. Mas deixemos isso pra lá.
    Alguns tendenciosos costumam dizer que os anos 60's, 70', parte dos anos 80's, foram de terror. Óbvio que existe fatos que nos aterrorizaram nesse período, sim. Mas não da forma e do volume como alguns tentam impingir, principalmente aos jovens atuais.
    Se alguém naquela época não foi artista, bem como ativista político, vai concordar com a assertiva aqui colocada. Porque foram dias (e tempos) aos quais o Brasil nunca mais reviverá. Tudo era muito alegre, tranquilo e feliz, se não estivéssemos no confronto político com as forças armadas. E, convenhamos, esse contingente era pequeno, se comparado com a população brasileira.
    Então, esse período foi dos mais maravilhosos que um ser humano pode viver. Porque íamos para qualquer lugar, podíamos fazer o que queríamos, sim. Claro que não se confrontar com os militares. Porque aquela patota, queria transformar o nosso país num regime comunista. E fizeram verdadeira arruaça aqui, inclusive cometendo crimes. E hoje estamos vendo o que o país anda atravessando em matéria de sujeiras. Mas deixemos essas coisas de lado também.
    Vamos nos apegar aos tempos de jovens, onde íamos aos bailes. Ou então fazíamos festinhas nas nossas garagens, ou até mesmo bailezinhos na sala de casa. Isso era constante e costume da juventude daquela época. Aí rolava o tal de birinaite, que era a mistura de whisky com Coca-Cola. E para acompanhar, fazíamos pipoca. E era uma verdadeira festa. Acrescente-se aí a famosa "luz negra".
    E nelas, as músicas rolavam até à madrugada. Vários ritmos. Onde predominavam o Rock e as músicas, que chamavam de "Black Beat", que eram músicas lentas, um bolerinho moderno, onde dava condição de praticar a verdadeira intenção daqueles que ali se apresentavam: o famoso sarro. Que era nada mais do que ficar roçando nas coxas das meninas, aproveitando-se para sentir um certo prazer.
    Naquela época, era o máximo que os jovens podiam fazer com as garotas. É certo de que haviam uns raros jovens que ultrapassavam esses limites. E quase sempre quem o fazia, no caso as meninas, arcava com uma responsabilidade nove meses depois. Uma gravidez e a maternidade. E isso repercutia negativamente na imagem de quem incorria nisso. Coisas daqueles tempos e diferentemente desses tempos atuais.
    Havia uma nomenclatura especial para esses bailinhos. Eram chamados de "baile do engoma cueca"  ou então do "mela cueca", que era o momento do gozo que os jovens praticavam no sarro com as meninas. E era um tremendo prazer tal situação. Mas isso não chegava a ser uma regra, claro.
    Mas as músicas, sim, eram a base daqueles tempos. Curtia-se elas de uma forma muito profunda, diferentemente do que acontece hoje. E tanto é que havia um formato de se falar isso. Dizia-se: "vamos curtir um som", o que representava dizer ouvir uma música, do jeito que se devia fazer. Por isso as pessoas dessas idades e desses tempos, não esqueceram as músicas daquela época. E elas estão aí vivas em nosso ser. Porque com a tecnologia que existe, pode-se ouvi-las ou assisti-las na forma do que era naquela época. E devemos isso à internet.
    E é assim que grupos como os The Beatles, Rolling Stones, Bee Gees, dentre outros, são inesquecíveis até esses tempos atuais. Também existiam os The Stylistics, Blue Magic, The Manhattans, e muitos outros mais, que animaram muito as festas e bailes nossos naquelas épocas. E tocavam e cantavam músicas lindas, que nos faziam viajar nos tempos e nas circunstâncias.
    Essa geração que hoje está acima dos cinquenta anos talvez seja a geração mais feliz que o planeta Terra pôde produzir. Porque aqueles tempos foram os melhores anos de todos os séculos, se é que se pode fazer tal comparação, haja vista que nós não vivemos os séculos anteriores. Mas estamos vivendo o século atual, onde o horror se apresenta de forma nefasta e trágica, onde a juventude não estará alcançando as idades que possuímos, em função das muitas mortes que se veem nesses tempos atuais.
    Naquela época também haviam brigas entre os jovens. Mas era diferente do que é hoje. Lá, o máximo que acontecia era um nariz sangrando e uma roupa rasgada, mas coisa de momento, nada que pudesse acabar em mortes trágicas e violentas, como se dão hoje. Não havia repercussão da violência entre todos.
    Mas um jovem que lê tal assertiva, pode ficar certo de que nós éramos felizes e sabíamos. Apesar de que dizemos ao contrário nesses nossos dias. No entanto, com o passar do tempo, toda aquela aura de prazer, felicidade e alegria (e segurança), foi se transformando em situações de tristeza e dor. E hoje vemos as famílias chorarem as mortes de jovens, pessoas na flor da idade, que não alcançarão a velhice. E não terão, também, os melhores momentos de suas vidas em suas existências no futuro.
    Uma pena.

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