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quarta-feira, 19 de abril de 2017

JÁ NÃO SE FAZ UM SER HUMANO COMO ANTIGAMENTE

      Existem coisas no mundo e nessa vida que não devem e não podem mudar. E uma delas é com relação à decência. Um ser humano deveria limitar-se a agir de uma forma que se diz: "dentro da convicção da verdade". Mas aí muitos dirão que isso é pura utopia. E, de certa forma, terá que se concordar com tal. Porque exigir do ser humano tal performance, principalmente nesses tempos modernos, é até um exagero de quem o fizer.
      O atual imbróglio da Lava Jato está deixando aqueles que são das gerações mais antigas até um pouco desnorteados. E por tabela, também desapontados. Porque ao se ver um elemento como esse chefão da Odebrecht, já na faixa de idade pra lá dos setenta anos, agir como agiu, e ainda ter uma tremenda cara de pau, e com a serenidade de um monge, dissertar a respeito dos escândalos de corrupção que perpetrou nessas últimas décadas.
      Sua calma, frieza e indiferença a tudo aquilo que deve ter sido ensinado por seus pais, que foram do século passado, e que ele não absorveu e tampouco cumpriu, com o agravante de ter encaminhado seu filho pelo mesmo caminho da sujeira, deixa margem aos mais novos, os que estão vivendo nesses últimos trinta anos, uma sensação de que, em tempos anteriores a educação também não era lá essas coisas.
      É claro que isso é pura ilação sobre um assunto que sabemos não ser exatamente como o colocado. Porque a educação, os costumes e os procedimentos nos tempos passados, quarenta, cinquenta ou mais anos, era muito rigoroso no que tange ao respeito à humanidade. Havia muito mais respeito entre todos do que há nesses nossos tempos.
      Infelizmente as gerações dos pais que hoje estão nas faixas dos cinquenta até os oitenta anos, vivem a dizer por aí que eles foram criados em "tempos de chumbo", os tempos ditos de ditaduras (Getúlio Vargas e os militares), por isso concederam aos seus filhos, um tratamento um tanto quanto diferente do que receberam, dizem eles, partindo daí o que alguns andam considerando a desobediência comum das gerações mais recentes ao que se chama de libertinagem, que vem a ser o resultado da permissividade desses pais para com seus filhos.
      É óbvio que tal assertiva não cairá nas graças e nem aceitação de muitos. Mas isso até é fácil de entender. Porque no aspecto da responsabilidade paterna, tudo isso ficou muito prejudicado. E o resultado se vê aí, de forma simples, tanto no desarranjo geral dos jovens, mas também, e principalmente, na violência desandada a que estamos assistindo nessas últimas décadas.
      E é com um certo prazer que deixo o aqui exposto para uma análise profunda daqueles que são e/ou estão envolvidos nessas áreas humanas, os Antropólogos, Sociólogos, Assistentes Sociais. E de quebra, pode-se incluir nesse rol, também, os Psicólogos. Todos os que consideraríamos "de plantão".

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