Diz-se por aí que "advinhar é proibido". Seja lá quem e por quê chegou à tal conclusão é que é o xis da questão, porque em muitas das vezes praticamos tal exercício com alguém, algo ou alguma coisa. Também em certas circunstâncias.
Mas não custa nada tentar adivinhar, e no caso, saber, se Freud fosse vivo hoje, como veria o mundo? E como o continuaria analisando. No caso, as pessoas e seus modos. É de se pensar que ele teria que buscar também um apoio psicológico ou até psiquiátrico de um ou mais de seus pares.
Viver atualmente está sendo um dos exercícios mais trabalhoso, pesado, incômodo e sofrido. Porque grande parte da humanidade anda num processo de desligamento completo. E começa pelo fraterno; mas vai seguindo pelo desconfiar uns dos outros; também não dar crédito à nada e nem a ninguém.
Num simples episódio que assisti ontem, vi muito bem à quantas anda esse processo de (des)respeito ao próximo. Dirigi-me à uma agência do INSS em Copacabana para resolver uma coisa muito simples: atualizar a minha senha de acesso ao sistema do órgão.
Cheguei lá às 15,25h, exatamente. Na entrada havia um senhor, provavelmente já um setentão, que tentava convencer o vigilante da loja a permitir sua entrada. Mas este irredutivelmente não o permitiu.
Havia uma aviso no vidro da porta informando que as pessoas sem prévio agendamento só seriam atendidas até as 13.00h. E este era o meu caso, não havia agendado tal tarefa por saber que eles atendem isso sem prévio agendamento. Só que é um desrespeito profundo limitar tal serviço na hora que eles determinaram, haja vista que entram no serviço à partir das 9.00h da manhã.
Então hoje retornei àquele posto. Deviam ser dez ou onze horas da manhã. E indaguei dos dois vigilantes que estavam ali se eles usavam o critério da lei dos maiores de sessenta anos. Disseram-me que a fila era única. E percebi que a pessoa que chegasse ao funcionário atentendente, este sim, fornecia senhas diferentes.
Mas as agências do INSS são, provavelmente, as piores do serviço público, porque os funcionários atendem muito mal aos segurados. De forma grosseira e mal educada quase sempre. E o sujeito que estava à minha frente, quando chegou ao funcionário da senha, aborreceu-se com ele de forma até violenta, bradando impropérios ao mesmo, o que quase me tira do sério porque não tolero assistir tal situação.
Essas situações são corriqueiras neste órgão. Sinto a impressão de que grande parte daqueles servidores se veem e se acham muito mais do que são, esquecendo que o importante entre os dois é o segurado e não eles.
Mas um detalhe não me passou despercebido. Há muitas mesas e cadeiras para servidores nas agências do INSS. Mas poucas delas são e/ou estão ocupadas por um ou algum servidor. Então cabe uma indagação: onde se encontram eles? É necessário saber se o quadro é completo. Caso seja, por que não trabalham em seus devidos locais para atenderem a população que busca atendimento no órgão?
Mas existe uma outra questão: onde eles estão? O INSS é um péssimo prestador de serviços à população e isto é de conhecimento público. E vemos tais reclamações diuturnamente através das imprensas: falada, escrita, televisada e, agora, pela internet.
Por fim, o tempo que se perde dentro de uma agência do INSS é terrivelmente exagerado. E ainda dizem que tudo por lá já está digitalizado e informatizado. Isso só pode ser uma piada. E de mau gosto.
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