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sexta-feira, 7 de junho de 2019

UM PAÍS FADADO AO ATRASO COMPORTAMENTAL E PROFISSIONAL. ACEITEM OU NÃO.

   Entra ano, sai ano, e tudo parece continuar como dantes no quartel de Abrantes, porque observa-se corriqueiramente a deficiência profissional de grande parte dos trabalhadores brasileiros.
  Tem que se ressaltar que isso não atinge só às atividades/profissões simples. O âmbito é pleno e geral, alcançando, também, aqueles que se dizem estar no "alto nível".
  E como atuei por quase duas dezenas de anos na área de recursos humanos, RH, que naquela época, há 35 anos atrás, era denominada de departamento de pessoal, DP. Mas que desde então a coisa era um pouco diferente do que é agora. E naquela época os equipamentos, os instrumentais e os ferramentais que são usados nesse presente nem existiam.
  E apesar de já estar afastado desse mister por três décadas, não perdi a essência daquilo que praticava, estando tão somente desatualizado das legislações vigentes atualmente. Mas isso nem seria empecilho para que conseguisse desempenhar com naturalidade tal serviço. Em quinze ou trinta dias dá muito bem para uma reciclagem nesse aspecto.
  Mas há coisas e fatos que me surpreendem. E o primeiro deles são as qualificações que adotam nos dias de hoje. Usa-se nova terminologia sofisticada para dizer o que fazem hoje, mas o mesmo exercício já existia há muito tempo atrás. Só que com outro nome, e olhe lá.
  No tocante à especialização e treinamento, não basta aos que executam tais tarefas, possuírem termos bonitos para tanto, como o tal de trainee. Há que se ter e possuir categoria para o exercício. Dominar e conhecer todas as minúcias daquilo que transmite ao outro. Mas, infelizmente, nem sempre, ou quase, isso acontece.
  A grosso modo, costumo testar pessoas em seus desempenhos profissionais. Até de forma simples. Entre-se numa loja qualquer, fique ali olhando, e observe a indiferença daqueles que estão ali para atender o cliente. 
  Quase sempre ficam parados em seus lugares, esperando que este vá em suas direções, o que, convenhamos, é um absurdo. A iniciativa da aproximação deve ser do atendente e não ao contrário. Afirmo ser isso quase que uma regra.
  Um outro comportamento muito corriqueiro, são as conversas entre os empregados, mesmo quando estão atendendo um cliente. Ficam naquele bate papo informal, como se não houvesse ninguém ali, no caso, o cliente. E ainda acham ruim quando repreendidos.
  Aliás, esse aspecto também deve ser muito bem observado. Os empregados de hoje não gostam de serem chamados à atenção. Magoam-se à toa. E também não querem receber certas orientações que lhes possam auxiliar em melhores desempenhos. Costumo dizer que são os tais de sabe tudo.
  Para quem, como eu, que vivi nesse metiê muitos anos, mas em épocas passadas, onde a categoria, o apuro e a qualidade eram mais observadas (e seguidas), viver e ver o que hoje acontece é só uma coisa: pura tortura mental/psicológica.
  Para encerrar, diria que o nosso país está fadado ao atraso, sempre. E após a criação do famigerado jeitinho brasileiro, tudo degringolou de vez e para sempre. Não há e nem haverá quem dê jeito nisso. E nem ousem convocar Deus, porque ele nunca foi, não é e, tampouco, será brasileiro. Ele não é bobo!

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