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terça-feira, 13 de dezembro de 2016

"FARINHA POUCA, MEU PIRÃO PRIMEIRO"

   Estando no período natalino, quase às vésperas do Natal, gostaria de poder ter acesso aos domínios do Papai Noel, com um único intuito: ver a relação dos pedidos das pessoas ao bom velhinho. Penso que grande parte delas anda pedindo paz. Para elas e para o mundo. Mas convenhamos, está muito difícil ao Papai Noel realizar essas solicitações.
   E o que se vê é o que podemos classificar como um verdadeiro paradoxo. Porque as pessoas não andam praticando atos de paz. Até pelo contrário. E em nosso país, isto está tão  evidenciado, que fica muito difícil, até impossível, esperar que tenhamos paz nesse país, daqui para a frente.
   É que tudo degringolou-se de uma forma absurda. Parece que inverteram-se os papéis e que a ação mais praticada pela maioria é a do mal. A individualidade expressou-se de uma forma descabida, onde cada um se enquadra naquela velha máxima: "farinha pouca, meu pirão primeiro".
   Se alguém pretender prestar atenção nas conversas coletivas nesse nosso cotidiano, chegará à conclusão do seguinte: todas elas, iniciar-se-ão num tema qualquer. Mas ao final, descambará só para um mesmo teor: as imundícies desse nosso dia a dia.
    Ao final, só se conversará sobre safadeza, maracutaias, mumunhas, malandragem, esperteza e que tais. E estamos todos no mesmo barco. Opa!, espera aí! Todos, não! Quem é ou anda no âmbito público, principalmente na política, está a cada dia mais abastado. A trambicagem tomou conta de tudo, virou regra. E cada uma mais ampla e profunda do que a outra.
    E o povão, aquele que carrega a cangalha, inversamente está pior. Arcando com as despesas dessa gente do mal, absorvendo todos os custos, sem reclamar e quietinho no seu canto. E enquanto tal situação perdurar, os malandros nem se importarão com nada nem com ninguém, seguindo em frente com suas mazelas.
    Só que tem um detalhe. Um, simplesinho. Na hora em que o povão despertar dessa sonolência, reagira de uma forma drástica. E toda essa torpeza existente no país ruirá de forma avassaladora. Mas, é claro, o custo disso será enorme. Em todos os sentidos. Mas será o preço a pagar pela inanição até aqui. Deixaram acumular-se absurdos em quantidades e volumes estratosféricos. Daí que o conserto dessas situações será trágico.
    É só esperar para ver acontecer.

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