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quarta-feira, 30 de maio de 2018

"EU NÃO VEJO NOVELAS" (2)

    Ufa! Esse nosso atual cotidiano não anda nada fácil. As coisas que acontecem nele, no Brasil e no mundo, são de estarrecer. Principalmente àqueles que possuem sintonia com tudo e com todos, como é o meu caso. E por isso fica pesado de carregar tanto peso. Faz um mal tremendo, principalmente à saúde.
   Sendo assim, quaisquer alternativas que busquemos para nos livrarmos de tanta pressão, é válida. E uma delas é deixar de acompanhar o noticiário diuturno que nos assola. Não que busquemos a alienação total. Nem mesmo a parcial. Mas é sempre bom sabermos que o mundo continua, não só de coisas ruins. As boas também fazem parte dele. Mesmo que escamoteadas pelas primeiras. Vida que segue...
    Há uma exclamação muito conhecida de todos que diz: "eu não vejo novelas", o que no Brasil só pode ser uma verdadeira balela de quem a exclama, porque o número de novelas as quais estamos submetidos diariamente e em vários canais, deixa claro ser quase impossível a alguém não ver pelo menos uma delas.
     E nesses casos, há que se lembrar de uma outra frase muito conhecida, também: "a arte imita a vida". Mas que pode-se muito bem inverter os termos que não mudará muita coisa: "a vida imita a arte". Mesmo que alguns discordem disso. Mas é só prestar atenção às duas alternativas e observaremos concordância à ambas. Sem nenhum problema.
     Dessa forma, uma novela expressa o nosso cotidiano. Em todos os aspectos. E o retrata quase que de modo absoluto, porque seus enredos são desenvolvidos em circunstâncias em que alguém ou algumas pessoas viveram. Isso é quase que automático.
     Só que existe um pequeno detalhe. Ou pormenor, tanto faz. Qualquer um de nós é retratado nas imagens de uma novela. E pela totalidade. Porque as histórias que se desenvolvem ali, são as mesmas as quais as pessoas vivenciam em suas existências nessa vida.
     E o detalhe, ou pormenor, que chama atenção é que nunca, ou quase, nos veremos ali. Não. Quase ninguém consegue ver-se numa daquelas cenas que nos retratam. Por várias razões. E a primeira delas é pela falta de percepção. A segunda, digamos, é por uma cegueira circunstancial a que somos acometidos nessas situações.
     E não é fácil, mesmo, ver-se ali, retratado. E de forma fiel, no caso. É uma profundidade abissal para que tenhamos a necessária percepção dessas circunstâncias. Talvez seja determinada pelo fator cognição. Pois nem todos nós possuímos tal propriedade de forma profunda. Só alguns de nós. E aí é que se determina o desenvolvimento individual na coletividade. E nisso requerá um aprofundamento em outra matéria: ontologia.
     Mas excelências à parte, seria bom que todos nós nos exercitássemos nas totais propriedades da vida. E isso, de imediato, virá com o interesse. A tudo e a todos. Mas as nuances que nos envolvem, de tantas que são, acabam por nos desviar, impedir e atrapalhar tal desenvolvimento. E progresso.
     E o aspecto principal das artes cênicas, é a aplicação do emocional. E isto, sem controle, pode nos levar para várias direções. Boas e más, positivas ou não. O que caberá a cada um de nós aprender a lidar com tal coisa. E é imperiosa tal empreitada, porque só assim conseguiremos escapar e nos livrar das múltiplas armadilhas que a vida e esse cotidiano nos pregam.
     Eis aí as diferenças entre todos nós.

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