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domingo, 15 de julho de 2012

OS NEOLOGISMOS CONTEMPORÂNEOS

   Há algum tempo venho observando coisas e fatos neste país, que penso fugirem à normalidade do pensamento global, em termos de modo e existência de vida.
   Ultimamente verifico uma prática muito comum à muitas pessoas, no tocante à certas circunstâncias, principalmente ao comportamento delas, no âmbito social.
   Existe um vocábulo chamado 'preciosismo', que, segundo o dicionário, quer dizer: "Exagerada delicadeza ou sutileza no falar e no escrever, especialmente a usada nos salões literários da França no século XVII; grande afetação na linguagem."
   Então, nas minhas observações cotidianas no que se refere ao comportamento humano, percebi tal preocupação por parte de outras pessoas, em promover preciosismo em seu modo de ser, de falar e/ou de agir, tentando convencer aos demais, daquilo que poderíamos chamar de inconvencível, lembrando, aqui, o neologismo criado pelo ex-ministro Magri há tempos atrás.
   Por exemplo: hoje existe um tal de "politicamente correto", que a meu ver é pura excrecência verbal e comportamental de quem o usa. A pessoa é correta ou não, o meio termo não existe e nem é admissível em se tratando de correção comportamental. O uso disso é puro preciosismo de quem o faz.
   Novas terminologias: ultimamente mudaram muitos dos termos que existem em nosso vocabulário, já há séculos, tentando modificá-los, mas que não alteram em nada a propriedade real daquilo que se tenta mudar. E temos muitos exemplos a citar. A começar pelo termo 'preto', quando se refere à cor de uma pessoa. Agora a cor é negra ou, mais preciosamente, afrodescendente; Favela, hoje, não é mais permitido dizer: agora é comunidade; 'viado', hoje, é homossexual ou gay; aleijado é deficiente físico; e muitos mais outros termos que poderíamos relacionar aqui mas por questões de tempo e espaço, deixaremos de fazê-lo.
    Só que existe um pequeno detalhe que passa despercebido na maioria das pessoas: tais mudanças verbais não alteram em nada a consistência das situações que envolvem essas novas terminologias. Tudo continua do mesmo jeito e forma que antes. Isso não deixa de ser um exagero de preciosismo em quem tenta mudar coisas ou sentidos,  desnecessaria-
mente.
    Daí que tudo isso me remete a um outro termo muito em evidência nos dias de hoje: o preconceito.
   Ora, toda e qualquer pessoa é ou possui preconceito com uma coisa ou outra, ou ainda de uma forma ou outra; ou, ainda, de uma intensidade ou outra (pedindo desculpas, aqui, pelo uso supérfluo de palavras). Haja vista que até mesmo quando você fala que uma pessoa é feia, está praticando (ou seria cometendo?) preconceito. A única diferença que existe nesse caso é a forma ou a circunstância momentâneas da ação de cada um.
    No entanto, pela prática do preciosismo, muita coisa hoje está se tornando mais problema do que solução. Isto poque as pessoas estão se escondendo atrás disso, para perpetrar suas ações inadequadas e buscarem justificativas para elas, de uma forma leviana e inaceitável. E será que o mundo tem melhorado por causa disso?
   Quem souber essa resposta, é só me informar. 
   Agradeço antecipadamente.

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