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sexta-feira, 24 de julho de 2020

A CORAGEM HOJE TEM QUE SER RELATIVA E NÃO ABSOLUTA

   A questão genética é mesmo surpreendente, porque nos faz carregar genes de nossos antepassados, nos fazendo expressar capacidades e condicionamentos deles, de forma inconsciente. Sendo assim é normal e natural expressarmos muitas coisas de nossos pais. 
   Então, para não fugir à essa regra, tenho reações quase idênticas ao meu falecido pai. E uma de suas atitudes mais marcantes dele era a coragem. Sendo assim, poderia dizer que nunca tive medo de nada e nem de ninguém.
   Só que nesses tempos modernos, os atuais, este propósito vai até à pagina dois, porque tudo é muito diferente do que era no tempo em que meu pai nasceu e viveu. E se ele fosse vivo, teria 106 anos de idade. Tendo falecido há trinta e dois anos.
   Mas por quê isso é diferente, então? Simples. Hoje em dia não se respeita à nada e nem a ninguém, repita-se as palavras. O que antes era praticado, hoje passa longe, a ponto de assinar-se o preto no branco, como se dizia antigamente, e não valer nada. Tampouco respeitar-se com o que se comprometeu. E houve época em que um fio do bigode firmava um compromisso futuro.
   Óbvio que tudo isso tem um motivo e uma explicação. E nem se precisa dissertar a respeito porque todos o sabem, perfeitamente. Os tempos mudaram. E o fizeram de forma e modo radical. E apesar de ter sido um processo lento e invisível, por isso não tão perceptível à maioria, mas os resultados estão aí. Para todos os verem e sentirem.
   E não há como voltar nada atrás. A evolução (?) é intrínseca à vida. Mesmo que de modo paradoxal. Daí que muita coisa ainda mudará para todos. Boas, outras más. Sendo que cabe a cada um de nós enfrentá-las e buscar adaptação à elas. O resto vem a reboque.
   Então, paradoxalmente, o humano do Século XXI não chega a ser muito ou tão diferente do tempo das cavernas. Está agindo igual ou bem parecido, expressando sua animalidade de forma quase que absoluta.

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