É revoltante observar-se certos procedimentos de pessoas que se aproveitam da desgraça alheia para buscar tirar alguma vantagem nessas circunstâncias.
Anteontem o Hospital Geral de Bonsucesso, na cidade do Rio de Janeiro, no bairro do mesmo nome, foi atingido por um incêndio, com morte de três pacientes.
Este hospital vem sofrendo há muito tempo de descaso do Governo Federal, que é o responsável por ele. A imprensa não cansa de publicar matérias, dando conta das muitas deficiências que existem por lá. As causas serão investigadas pela perícia.
Mas logo no dia seguinte aconteceram manifestações contra uma provável privatização da saúde no país. Mesmo que ainda não se tenha planejado nada disso oficialmente. E aí não passa de puro oportunismo do pessoal favorável à manutenção de quase tudo seja estatal.
O Partido dos Trabalhadores gerou situações preocupantes com relação a isso, quando estimulou o aumento do número de pessoas trabalhando no serviço público brasileiro. Mas o problema não é só um. Eles são muitos.
É público e notório o baixo nível da prestação de serviço por parte dos servidores públicos nacionais. E isto se estende por muitas áreas, não só a da saúde. A população vive a reclamar de tudo e de todos nesse âmbito.
Interessante nisso é observar que não aparece um só culpado de nenhuma mazela das que existem nessas áreas. Cada um dos servidores sempre garante que cumpre rigorosamente com a sua parte, o que é preocupante, porque se eles não assumem tais situações, a quem se atribuirá a culpa de tanta lambança país afora?
É aquela velha história de dizerem que filho feio não tem pai. E mesmo que isso seja só uma expressão popular, mas tem um fundo de verdade. A prova é a ausência, sempre, dos verdadeiros culpados disso.
E assim a população vai vivendo. Reclamando, morrendo dentro e nas calçadas de hospitais. Sendo maltratada de quase todas as formas. E a discussão continuando, sem que se chegue a nenhum denominador comum e se resolva, se não todos, mas muitos dos imbróglios que nos atingem nessa terra de Pindorama.
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