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segunda-feira, 4 de março de 2013

RECLAMAR? É CLARO QUE TODOS O FAZEMOS.

   Os leitores deste espaço, já devem estar acostumados com as minhas assertivas, identificando-as de modo muito contundentes, às vezes irreverentes, outras sarcásticas. Mas a maioria delas é extremamente ácida e crítica, dando a entender que o cotidiano das pessoas seja ruim e desagradável, sempre.
Isso acontece (o lado desagradável) na imprensa brasileira, principalmente na telesiva, que coloca no ar em seus noticiários uma gama de informações de cunho explorativo e sensacionalista. Nestes programas de televisão que são apresentados ao vivo, onde se narra com sensação de puro terror por seus apresentadores, a população fica estarrecida com o teor da programação que lhes é apresentada diariamente.
   Para quem está fora das cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, a impressão que se tem é a de que quase não se pode andar livremente pelas ruas, para que não se depare com bandidos armados ou outras violências. E a televisão faz uma questão enorme de ressaltar tais mazelas, causando um desespero enorme nas pessoas. Isto já de praxe.
   Mas uma das coisas que mais observo (e constato) nas minhas andanças pela cidade do Rio de Janeiro, é o pouco caso que as pessoas que trabalham nas ditas áreas públicas.   Funcionam de modo naturalmente negligente. Principalmente em seus desempenhos profissionais, o fazem de forma desinteressada, não atendendo àquele que busca um serviço ou mercadoria de sua necessidade, tendo dificuldades em receber tratamento condizente com o que precisa e espera, por aqueles que deveriam ter conduta exemplar e prática no atendimento ao público em seus postos de serviços.
   O interessante é que essa deficiência profissional não é somente nas áreas públicas. Não! Na área privada o tratamento é quase igual ao da pública. Pessoas despreparadas profissionalmente, desinteressadas naquilo que fazem e com pouca vontade de atender àquele que precisa ou conta com seus atendimentos.
   As alegações dessas pessoas são várias. Mas a principal delas é no aspecto da baixa remuneração que recebem. Também nas condições de trabalho que lhe são ofertadas, quase sempre deficientes e desagradáveis, segundo eles.
No entanto, aí nesta situação forma-se um completo e terrível paradoxo, a ponto de eu ter criado uma expressão, que mesmo contendo o que classificamos como "uso supérfluo de palavras, deve ser exposta exatamente assim: " O brasileiro trabalha mal porque ganha mal ou ganha mal porque trabalha mal?"
   De antemão, a minha posição se enquadra na segunda condição. É óbvio que pelo que faz e como faz, o brasileiro está ganhando o dobro do que deveria ganhar. E é claro que estou mexendo num vespeiro e arrumando sarna para me coçar. Mas é assim que vejo a situação, depois de muito pesquisar, observar e constatar.
   E acrescento mais: como seria bom se cada uma das pessoas em seus respectivos trabalhos e/ou serviços, buscasse sempre se auto analisar e se autocriticar em seus próprios desempenhos. Sempre se perguntar se seus serviços, tarefas ou realizações estão no padrão que se espera. E que, no caso delas mesmas, aprovariam aquilo que elas produzem. Óbvio é que isto tudo fica no plano utópico, não é? É querer de mais dessa gente. Porque reclamar, todos o bem sabem fazê-lo.
   Mas eu não me deixo enganar. E, antecipadamente, quero acreditar que com os eventos da Copa do Mundo e as Olimpíadas, que acontecerão em nosso país dentro de um certo tempo, teremos a certeza de um tremendo fiasco, no que tange à prestação de serviços dos trabalhadores brasileiros àqueles estrangeiros que aqui virão para assistirem tais eventos.
   É sentar e esperar. E torcer para que eu, como adivinho, seja um fiasco ainda maior. Torçamos por isso.
 

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