Total de visualizações de página

terça-feira, 20 de outubro de 2015

"SÓ PARA INGLÊS VER!"

     A vida é muito surpreendente. E isso pode ser considerado um exercício de mesmice. Mas também de redundância, tal a clareza e facilidade de se ver as coisas acontecerem nesse mundo de uma forma quase que corriqueira, contrariando a presente afirmativa inicial. Enfim, atribuamos ao tal de paradoxo.
    Lembrando do famoso "Samba do crioulo doido", onde seu autor faz uma salada tremenda na letra do mesmo, assim se pode fazer em qualquer assertiva que se proponha a querer preencher um espaço como esse.
    E depois de uma controvertida abordagem, entra-se no trilho do que se quer dissertar neste espaço. E vai se aproveitar o mote do texto anterior, onde foi abordada a tal de consciência humana. Mas com um enfoque maior, mais precisamente no aspecto da responsabilidade que todos nós devemos possuir para com o mundo e com todas as coisas nele existentes.
    E a mais importante que existe nesse processo é a vida. De todos. Mas que a humana requer um cuidado e uma preocupação maior porque desde que a Humanidade existe, ela é a principal personagem nesse processo de existência.
    No entanto, parece que a própria espécie humana ainda não conscientizou-se dessa importância. Porque o que se tem visto em matéria de inconsequência com a vida, é um fator surpreendente. E pode-se verificar isso de uma forma muito nítida e clara nesse nosso cotidiano. Porque nesses últimos tempos, as mortes de muitas pessoas praticamente já está se tornando uma coisa corriqueira, a ponto delas não se chocarem mais com nenhum acontecimento que resulte na morte de alguém. E nessa madrugada, tivemos mais um episódio que homologa essa assertiva, aqui. 
    Em nossa cidade, o Rio de Janeiro, aconteceu uma explosão numa pizzaria, causada por gás vazado de cilindros, que culminou com a destruição do estabelecimento onde se deu a explosão, bem como dezenas de outros imóveis, cerca de quarenta, na mesma região. E também o ferimento em muita gente, quase uma dezena delas, pessoas que moram ali, e que dormiam  em suas casas, e que foram despertadas com o horror que se fez com tal explosão. 
    As informações sobre este acidente ainda não são e nem estão completas. Porque a perícia técnica ainda está realizando seu trabalho, sendo que muita coisa deverá ser apurada para explicar como se deu tal fato. Mas de antemão, pode-se afirmar que houve, sim, desídia no comportamento do responsável do local onde se deu a ocorrência.
    Notícias primeiras, dão conta de que eram armazenados no local muito cilindros de gás. Mas já há quem discorde disso. No entanto, fica muito claro que se a fiscalização mantivesse um serviço objetivo, nada disso teria acontecido. E é necessário lembrar que periodicamente esses acontecimentos se dão em nossa cidade. E que não se esqueça de um posto de abastecimento de gás na Maria das Graças, e também num restaurante na Praça Tiradentes, há algum tempo atrás.
    As autoridades sempre dizem que o contingente de agentes para as fiscalizações das diversas atividades na cidade são reduzidos, sendo que esta é a principal razão para explicar o porquê da deficiência fiscalizadora. Mas isso não pode ser levado em conta porque o que existe, na realidade, é a negligência e a displicência dos agentes em cumprir com rigor suas tarefas.
    Em geral o que se vê é a fiscalização (seja qual for), só agir após a reclamação ou denúncia de alguém naquele órgão. Mas o que deveria funcionar seria a presença diária e constante de fiscais em movimentação constante por toda a cidade, no dia a dia dela. Mas isso é o que nunca acontece.
    Mas quais seriam as razões para a inoperância da fiscalização? Pode-se criar uma ilação a respeito, que concerne na possível importância que os agentes se concedem, resolvendo por si e não pelo geral, quando devem e como, perpetrar o ato de fiscalizar. E essa cultura já é muito antiga no país. Porque, de outra forma, pelo mínimo que existe de agentes em fiscalizações nesta cidade (e quiçá no país), muitas das ocorrências que se deram não teriam acontecido.
     Desta forma, observa-se uma prática muito antiga em que a sabedoria popular cunhou um ditado que diz: "Depois da porta arrombada, coloca-se cadeado". O que sintetiza dizer que a fiscalização só age após os acontecimentos tristes e trágicos que se dão em nosso cotidiano. E a prova disso é muito observada quando há um crime ou uma ação criminosa de grande monta na cidade. Logo a seguir o contingente de policiais se apresenta para ação. Só que em hora já passada.
     Mas enquanto a preocupação das autoridades estiverem voltadas para gerarem grandes eventos no país e em nossa cidade, desconsiderando as nossas maiores necessidades, tais coisas continuarão a acontecer. Afinal, ainda somos gente de terceiro mundo, sim. E o importante para elas é atender aos turistas estrangeiros que se arriscam a nos visitar. E que eles não percebam que nada do que veem é real, apenas de fachada. Por que na essência, ainda estamos capengando demais nessa seara. Até em exagero. Mas isso fica para lá adiante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário