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quinta-feira, 8 de outubro de 2015

VIVENDO AOS TRANCOS E BARRANCOS

     A cidade do Rio de Janeiro está fadada a conceder aos seus moradores uma vida de percalços, contratempos e sofrimentos. Primeiro porque geograficamente possui um espaço espremido entre as montanhas e o mar. Mas agrava-se tal situação com a existência das linhas de trens, que a atravessam na direção leste/oeste.
     Daí que para quem se propõe a viver nela, terá que possuir uma propriedade especial ou mais acentuada do que os moradores de outras cidades no país: muita paciência. Porque os deslocamentos da população se dão através dos ônibus coletivos, dos trens e metrôs e, de forma muito acentuada, em automóveis particulares.
     E nesta quinta-feira, logo cedo, o trânsito nas regiões próximas ao centro da cidade e da zona sul deram um tremendo nó. Impossibilitando a chegada das pessoas aos locais para onde se dirigiam, principalmente o de trabalho. E sem quase nenhuma alternativa para quem estava de automóvel nessas regiões.
     Uma das razões que a imprensa divulgou para tal imbróglio foi um acidente na Avenida Brasil, na altura do bairro de Benfica, onde um ônibus derrubou um motociclista, matando-o no local. Daí, o caos se fez em todos os sentidos, com reflexos em grande parte das regiões centrais e sul.
     Ora, isso seria um fato natural acontecer em quaisquer cidades. A diferença fica no tocante às providências do pessoal responsável para tais tipos de ocorrência. Deveriam agir com rapidez e presteza, desmanchando o local do acidente, claro que logo a seguir às ações da perícia e que tais. Mas não é isso o que acontece. 
 

     Por razões várias, em nossa cidade as providências sobre todas as ocorrências de trânsito que se dão são lentas. E isso pode ser percebido facilmente por quem quiser. Apenas deverá observar o que ocorre nessas circunstâncias. E o primeiro fator é o do despreparo daqueles que deveriam agir com rapidez nesses casos.
     Mas isso já é um fato histórico em nossa cidade. Não há nenhuma qualidade profissional naqueles que deveriam agir nessas ocasiões. E do que vejo, pessoalmente, arriscaria dizer que é uma verdadeira incompetência. Porque onde deveriam estar pessoas gabaritadas, preparadas para tais desempenhos, estão verdadeiros amadores. Pessoas sem a menor condições de desempenhar aquela atividade. E só não vê quem não quer.
     E a problemática vem de longe, bem como atinge a todos os níveis da gestão pública carioca, onde os responsáveis também não possuem práticas empíricas que lhes concedam possibilidade de praticarem uma gestão de competência.
     Não há que se deixar passar isso em branco de jeito nenhum. Porque quem atua na área pública, deve fazê-lo, sempre, numa só condição: no grau de excelência. Mas isso, no caso, é um fator utópico, com certeza. E assim é que a população encara e recebe o que há de pior para sua existência. Mas é óbvio que não se pode isentá-la de culpa, também, nessas situações. A começar por não saber escolher seus gestores públicos.
     Infelizmente, esses gestores não estão preocupados em resolver quase coisa nenhuma. Se preocupam, isto sim, com gastos supérfluos em outras ações, quase sempre desconsiderando as maiores necessidades da população. E assim é que vamos vivendo. Aos trancos e barrancos. 

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