Num dos artigos deste blog apresentei um amigo recém conhecido nessas minhas andanças circunstanciais. É o Severino Biu. Ele é um taxista de muitos anos nesse serviço e concedeu-me a honra de auxiliar-me aqui neste meu propósito de registrar as nuances desse nosso cotidiano. Mas de forma eventual, pediu-me. E assim o permiti.
E ontem, andando pelas redondezas da Praça da Bandeira, encontrei-o casualmente no caminho. Percebi logo que ele não estava muito tranquilo. Tinha o semblante pesado e a cara fechada, demonstrando alguma contrariedade. E apesar do pouco tempo que nos conhecemos tive a coragem de perguntar o que estava havendo.
Então, ele meio taciturno, olhou-me com certa profundidade e disparou o que estava sentindo:
- Olha chefia, esse país não tem mais jeito - disse-me.
E eu, olhando-o firmemente, indaguei o porquê daquela afirmação.
- O negócio é o seguinte: A coisa está muito esculhambada em nossa terra. E um dos principais motivos disso é a falta de seriedade nas pessoas - completou.
E eu um pouco espantado só pude ficar ouvindo-o. E ele continuou em suas reclamações:
- Veja você! Estou em processo de adquirir um veículo novo para o uso como táxi, em substituição ao que possuo. E depois de levar uma tremenda canseira em providenciar a documentação necessária para esta ação, esbarrei num obstáculo sem tamanho. - E fez uma pausa, olhando-me profundamente.
E eu ali, olhando-o, nada comentei, esperando que ele me explicasse a situação. Então continuou:
- Imagina chefia, ouvi na imprensa que as montadoras de automóveis no Brasil estão com seus pátios cheios de veículos prontos para entrega mas as vendas não estão correspondendo à expectativa. Inclusive, segundo a matéria, as fábricas serão obrigadas a conceder férias coletivas a seus empregados, paralisando a produção durante um tempo.
Então, espantado, perguntei o que tinha isso a ver com a sua situação? Ele prontamente rebateu, completando:
- Caramba, chefe, os caras (vendedores) das concessionárias onde fui tentar adquirir o tal veículo, tiveram a cara de pau de me dizer que eu teria 90 dias de espera para receber um Dóblo, que é o veículo que gostaria de adquirir.
Mais uma vez espantado, aguardei, de novo, ele continuar seu protesto:
- Então, optei por mudar o veículo a adquirir, optando por uma Spin, da Chevrolet. E para uma concessionária dessa linha me dirigi. E lá recebi a informação que esse carro levaria 30 dias para ser entregue. E pelo jeito alguma coisa mal cheirosa está havendo nesse país, completou.
Mais do que surpreendido, fiquei ali, olhando-o, sem coragem de comentar seja lá o que fosse. Isto porque concordo com ele em gênero, número e grau. E lembrei-me de uma famosa frase muito conhecida, usada pela sabedoria popular: "Há algo de podre no Reino da Dinamarca". Isto é, então: A Dinamarca é aqui!
E ontem, andando pelas redondezas da Praça da Bandeira, encontrei-o casualmente no caminho. Percebi logo que ele não estava muito tranquilo. Tinha o semblante pesado e a cara fechada, demonstrando alguma contrariedade. E apesar do pouco tempo que nos conhecemos tive a coragem de perguntar o que estava havendo.
Então, ele meio taciturno, olhou-me com certa profundidade e disparou o que estava sentindo:
- Olha chefia, esse país não tem mais jeito - disse-me.
E eu, olhando-o firmemente, indaguei o porquê daquela afirmação.
- O negócio é o seguinte: A coisa está muito esculhambada em nossa terra. E um dos principais motivos disso é a falta de seriedade nas pessoas - completou.
E eu um pouco espantado só pude ficar ouvindo-o. E ele continuou em suas reclamações:
- Veja você! Estou em processo de adquirir um veículo novo para o uso como táxi, em substituição ao que possuo. E depois de levar uma tremenda canseira em providenciar a documentação necessária para esta ação, esbarrei num obstáculo sem tamanho. - E fez uma pausa, olhando-me profundamente.
E eu ali, olhando-o, nada comentei, esperando que ele me explicasse a situação. Então continuou:
- Imagina chefia, ouvi na imprensa que as montadoras de automóveis no Brasil estão com seus pátios cheios de veículos prontos para entrega mas as vendas não estão correspondendo à expectativa. Inclusive, segundo a matéria, as fábricas serão obrigadas a conceder férias coletivas a seus empregados, paralisando a produção durante um tempo.
Então, espantado, perguntei o que tinha isso a ver com a sua situação? Ele prontamente rebateu, completando:
- Caramba, chefe, os caras (vendedores) das concessionárias onde fui tentar adquirir o tal veículo, tiveram a cara de pau de me dizer que eu teria 90 dias de espera para receber um Dóblo, que é o veículo que gostaria de adquirir.
Mais uma vez espantado, aguardei, de novo, ele continuar seu protesto:
- Então, optei por mudar o veículo a adquirir, optando por uma Spin, da Chevrolet. E para uma concessionária dessa linha me dirigi. E lá recebi a informação que esse carro levaria 30 dias para ser entregue. E pelo jeito alguma coisa mal cheirosa está havendo nesse país, completou.
Mais do que surpreendido, fiquei ali, olhando-o, sem coragem de comentar seja lá o que fosse. Isto porque concordo com ele em gênero, número e grau. E lembrei-me de uma famosa frase muito conhecida, usada pela sabedoria popular: "Há algo de podre no Reino da Dinamarca". Isto é, então: A Dinamarca é aqui!
Nenhum comentário:
Postar um comentário