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sábado, 15 de agosto de 2015

"FAÇA O QUE DIGO MAS NÃO O QUE FAÇO" II

     Há quase uma semana venho tentando conseguir fazer a vistoria anual do gás natural veicular no meu automóvel. E por incrível que pareça estou encontrando muita dificuldade para tal. Houve o fechamento de várias das empresas responsáveis por esse serviço. E hoje, numa delas, conversando com uma pessoa de lá, perguntei o porquê desses fechamentos. E ela disse-me que uma delas, pelo menos, foi fechada pelas autoridades por conduta inadequada e indevida nas vistorias feitas em alguns veículos fora das especificações normais e naturais, nessas circunstâncias.
     Ora, isso já não é capaz de causar nenhuma surpresa a um brasileiro - e carioca, diga-se de passagem - porque o país alcançou o limite da tolerância, o que se pode classificar, também, como o da intolerância, no que tange à ilegalidades.
     Se o Brasil fosse auditado em sua essência, mas por órgãos internacionais, decerto que não escaparia nenhuma atividade profissional, dessas auditorias. E nesses últimos dez anos estamos assistindo ao que há de pior em matéria de sacanagens. De todos os tipos, cores, teores, sabores e que tais. A começar pelo famoso caso do "mensalão". Mas segundo se ouve à boca pequena, isso foi só o início do processo, haja vista que já temos o "petrolão", fala-se em escândalos no BNDES, e por aí vai.
     Chega-se à triste conclusão de que o país transformou-se, sim, numa tremenda de uma latrina. Onde as situações se dão de forma terrível, envolvendo gente de toda a espécie. E os casos já apurados, com condenações várias e diversas dos muitos personagens envolvidos nesses imbróglios, dão conta do envolvimento de bilhões de Dólares e  não de Real. Valores infindáveis, que foram parar nos mais diversos paraísos fiscais espalhados pelo mundo. E esse dinheiro, a maior parte deles, o país jamais verá de volta.
      Mas voltando ao primeiro parágrafo, digo que sou possuidor de veículo movido a gás natural, desde o início dos anos 90. Tendo esbarrado naquelas dificuldades naturais de abastecimento do carro, porque o número de postos era insuficiente para o de veículos já com equipamento veicular para gás natural. Daí que os motoristas eram obrigados a ficar na fila, com até um quilômetro de comprimento, dos carros enfileirados aguardando sua vez chegar até à bomba. Era um sofrimento diário. Mas que, felizmente, com o passar dos anos regularizou-se.
      No entanto, nesses tempos atuais, os motoristas que possuem veículos movidos a gás natural, vêm enfrentando quase que a mesma dificuldades de outrora, mas que hoje está voltado para a homologação e vistoria anual do equipamento instalado em seus veículos.
      E neste Sábado, acordei por volta de três horas da manhã, dirigindo-me para a oficina onde são executados os serviços de vistoria nos equipamentos a gás. Quando cheguei na porta da mesma era quatro e quarenta e cinco da madrugada. E para a minha surpresa, já haviam lá outros dez que a mim se anteciparam. Mas o horário de atendimento é a partir das oito horas da manhã, com a distribuição apenas de trinta números (senhas) para o atendimento do dia.
      E depois de atendido, no horário de dez e meia, o serviço foi feito. Mas para o meu desconforto o veículo caiu em três exigências tolas, às quais terei que cumprir para conseguir o atestado de normalidade na vistoria. Mas é necessário dizer que a oficina cobrou-me cento e oitenta reais de mão de obra por este serviço.
      Enfim, parece uma verdadeira sina do brasileiro ter que ficar sujeito a todo tipo de sacrifício, seja lá em que for em sua vida, mas que terá sim, que enfrentar, ainda, muitas dificuldades, até que o país alcance o tão afamado primeiro mundo. 
      Do que se observa nisso tudo em nosso país, poder-se-ia classificar como puro preciosismo as ações, métodos e que tais nas exigências que nos cobram diuturnamente. Mas o próprio  poder público, se tivesse que passar, também, por certas vistorias e exigências, não tenham a menor dúvida, seria reprovado em todas ou quaisquer umas das que ficasse sob exigência, repita-se.
      Isto é Brasil!

  

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