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terça-feira, 11 de agosto de 2015

PODE UM NEGÓCIO DESSE?

    O imbróglio que envolve os taxistas brasileiros e esse aplicativo UBER, tem muito mais nuances do que "imagina a nossa vã filosofia". E para poder abordar a respeito, fui consultar o meu amigo Severino Biu, taxista, que inclusive é um assessor desse blog, para assuntos diversos e, também, esdrúxulos. E este, que está enquadrado nessas circunstâncias, passou-me as informações necessárias para esta exposição. Se não, vejamos:
     A atividade de Taxista é rigorosamente estabelecida por lei, colocando seus profissionais sob extensa disciplina, obrigando-os a cumprirem muitas exigências para o desempenho de suas atividades.
     A classe e seus profissionais estão sob fiscalização constante e obrigados a seguirem regras pré-estabelecidas por lei, que os obrigam a estarem rigorosamente em dia com tudo.
     A documentação que lhes são exigidas, são muitas e diversas. E anualmente são obrigados a passarem por diversas vistorias, onde lhes são exigidos a atualização de seus cadastros, bem como de toda a documentação pertinente à situação profissional.
     Não há no país nenhuma outra atividade profissional tão exigida como a classe dos Taxistas. Eles estão sob regime fiscalizador nos três planos das esferas fiscais: A Federal, a Estadual e a Municipal. E não podem escapar disso de jeito nenhum.
     Há obrigatoriedade, por exemplo, do Taxista apresentar as certidões negativas dos 1º ao 4º Ofícios, onde estão relacionados possíveis crimes dos cidadãos brasileiros. E se algum dos profissionais estiver sob condenação de alguns deles, especificamente, não poderá ter a sua situação regularizada junto ao órgão municipal. Isso, inclusive, deveria ser obrigatório a qualquer atividade profissional no país.
     Em seus cotidianos, vivem marcados sobre pressão diária pelas fiscalizações Estadual e Municipal, tendo em vista que os fiscais andam pela cidade criando blitzes, obrigando-os a pararem nelas para expor suas documentações. E em caso de alguma irregularidade, são imediatamente recolhidos, tendo seus carros lacrados por elas, sem nenhuma cerimônia. Porque há uma exigência municipal que os obriga a manterem seus carros livres de um simples arranhão, acreditem.
     E de forma destacada, há a necessidade de se informar que cada um dos taxistas do município do Rio de Janeiro, tem que, obrigatoriamente, manter uma apólice de seguros contra terceiros, no valor de R$50.000,00. Sem choro e nem vela. Caso contrário, na vistoria anual, não conseguem o selo autorizativo para rodar normalmente.
     Daí que, a situação que se apresenta nesses nossos dias, anda desconsiderando um fator: A legalidade. E aí, andam querendo permitir a alguns que se estabeleçam nesse mesmo serviço, de modo totalmente livre de normas, leis e regulamentos. Onde qualquer elemento, possuindo um veículo, possa fazer o mesmo serviço dos taxistas, mas sem quase nenhuma exigência, daquelas as quais a classe está subjugada.
     Mas pode-se entender muito bem tais circunstâncias. O país está se transformando em terra de ninguém. Onde a legalidade está ficando em segundo plano e a bandalheira anda sobressaindo de forma alarmante, a começar pelo próprio Congresso Nacional, onde um bom número de congressistas estão condenados por crimes diversos e outra parte ainda respondendo por outros, mesmo que sem condenações finais.
     Os escândalos de corrupção estão em todos os níveis da sociedade civil. A imprensa mostra diuturnamente um grande número de agentes da lei envolvidos em crimes, ficando difícil ao cidadão comum acreditar que esse país possa progredir de forma justa, levando-o ao patamar de uma nação adiantada, nos mesmos moldes de outras do primeiro mundo.
     Mas é necessário dizer que o grande culpado disso tudo é só um: O povo. Pois aceita e se omite nas irregularidades que se dão no país. A começar por não votar com consciência e critério lógico, elegendo o que há de pior no Brasil.
E depois, vive a reclamar de tudo e de todos. Pode um negócio desse? 
 

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