O passar dos anos é implacável. E uma afirmação como essa poderia ser considerada pura redundância ou o óbvio ululante. E determinemos desde já que assim o seja. Imediatamente. Pelo menos não seremos chateados pelos cricris de plantão.
E ao usar esse termo, cricri, vamos ao que queremos dissertar nessa crônica. Mesmo que alguns a considerem uma tremenda encheção de linguiça. E aqui, mais uma vez, confirmaremos tal situação, para que não soframos novas ações dos já citados.
Mas as mudanças nos tempos incorre, também, nas mudanças dos meios, dos hábitos, dos pensares e dos falares. E hoje, não sei porque, me veio à mente tal assunto, relembrando-me dos muitos vocábulos que outrora eram usados e que não o são mais nesses nossos tempos atuais.
Por exemplo, mirolha: quando moleque eu ouvia (e usava) muito esse termo quando alguém se referia à pessoa boa de teco ou de tiro. E até mesmo esse primeiro termo, hoje em dia será bem provável que a molecada desconhecerá, Porque se referia àquele que tinha pontaria certeira, seja lá no que se propusesse a atingir.
Mas existem muitos outros termos que se usavam naqueles tempos e já não se aplicam mais nesse nosso cotidiano. Vamos a alguns: às pampas, referindo-se a muito quantidade; paquinha: o que hoje se referiria a um gay ou afeminado. E este termo, inclusive, também é pouco usado atualmente.
O jogo de "porrinha" também possui um termo que hoje já não é conhecido pelos mais jovens, só pelos maiores de cinquenta anos, possivelmente. E o termo "escambal", também era muito usado nas décadas passadas, mas que na atual é quase que desconhecido de todos. Ou quase, digamos.
E existem muitos outros. Do que lembro assim de forma rápida, cito: marraio, couro de pica, bronha (esses dois mais pesados para aquela época, mas não para a atual). Sendo que o primeiro dessa sequência era completado com uma frase, a saber: "marraio, feridô sou rei". Que era usado nos jogos de bola de gude da garotada.
Mas também temos muitas brincadeiras antigas que os garotos de hoje não conhecem, como: "carniça", "garrafão", dentre muitas outras. E isso é uma situação intrínseca à passagem do tempo e das épocas. E não há como reverter tal processo. Apenas para nós, os acima dos cinquenta anos, fica a memória, a lembrança de tempos que já não voltam mais. E tempos onde se vivia melhor do que hoje. Mesmo com o aparato eletrônico ao nosso dispor, mas que nos traz um custo alto, nos fazendo viver de forma pesada e desgastante, o que hoje chamam de "estressada".
E vida que segue..