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terça-feira, 14 de abril de 2015

AINDA SOBRE A BRONCA DO ED MOTA

    Na semana que passou, nos deparamos com uma situação um tanto quanto bisonha, se é que podemos classificá-la assim. E correu todo o país as declarações do cantor Ed Mota, que podemos considerar como"chutou o pau da barraca", ao tecer certos comentários em sua página na internet.
    Dentre outras afirmações, classificou o brasileiro como um ser "subdesenvolvido". E, claro, conseguiu atrair para si uma verdadeira avalanche de críticas e reclamações. Mesmo que um tempo depois tenha se retratado das mesmas. Mas o estrago já estava feito e repercutirá para sempre nessa relação entre ele e os brasileiros.
    No entanto, suas declarações não são nenhuma novidade, em se tratando da condição de subdesenvolvimento do país e seu povo. Existem, sim, muitas mazelas aqui que não deixam nenhuma dúvida sobre essa condição.
    Muitas coisas que acontecem nesse nosso cotidiano, só configuram e homologam essa posição. E isto não pode ser deixado de lado, ou esquecido, porque é necessário discutir-se com muita profundidade, sim.
    Vejamos algumas algumas delas, que podemos classificar como exercício concreto de subdesenvolvimento: a existência das favelas; do jogo do bicho; do camelô; dos transportes piratas; e da existência das malfadadas polícias paralelas, as milícias. Tudo isso não deixa nenhuma dúvida do nível de atraso em que o país ainda se encontra, se comparado com as demais nações do mundo, principalmente as do primeiro mundo.
     O "engraçado" nessas circunstâncias é ver que o brasileiro resiste a reconhecer suas deficiências. Daí que não consegue aceitá-las. Ora, apesar de muito progresso que se deu nessas três últimas décadas, ainda não é possível que ele venha a se considerar como um ser desenvolvido, se comparado com outras partes do mundo.
      Muito se fala na deficiência da educação em nosso país. E isto é e está tão real em nosso dia a dia, que não há o que discutir. No entanto, as duas maiores mazelas que nos oprime são: a corrupção e a impunidade. E isto já foi desenvolvido aqui neste espaço que já nem dá mais para se abordar. Mas, como tudo se repete nessa vida, não nos deixa outra alternativa. Mesmo que já tenha se tornada cansativa tal história.
       E não dá para se esquecer dos muitos escândalos políticos/financeiros/morais que estouraram nesses últimos tempos. Inclusive já se desenha outros tantos, que falam à boca pequena, mas que aparecerá na imprensa brevemente.
       Então, como é que ainda alguém vá se aborrecer e/ou indignar com essa história? É melhor medir, pesar e analisar tudo de forma racional, para que se reconheça que tudo isso não é irreal. Até muito pelo contrário.
       E voltando ao Ed Mota, deixemos ele se achar essa "Brastemp" toda, gastando o seu inglês lá fora. Porque grande parte de nós não sentirá nenhuma falta dele, aqui, com certeza. 

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