Ovo de Páscoa
Logo cedo pela manhã, num desses programas matutinos, o apresentador anunciou que uma rede de supermercados que anuncia nele, promoveu um desconto nos ovos de páscoa disponíveis para vendas aos clientes. E enfatizou que tal desconto era de 48%, em média. Até aí, tudo bem e tudo bom.
Acontece que o brasileiro esquece que seus salários não são, assim, tão extraordinários como pensam. Até muito pelo contrário. Em geral, ganhamos salários de terceiro mundo e pagamos e recolhemos tributos e taxas de primeiro mundo. Com o agravante de não termos o retorno desse dinheiro em bons ou ótimos serviços públicos ao cidadão.
E ontem, mesmo, eu havia entrado num desses supermercados para ver os preços dos ovos de páscoa, com o pensamento em adquirir um. Mas não o fiz. O ovo que escolhi comprar estava com o preço de R$31,50. Só não lembro seu número e nem seu peso. Mas isso não faz a menor diferença.
Mas não se precisa ser expert em coisa nenhuma para saber que esses preços cobrados nos ovos de páscoa são tremendamente escorchantes e abusivos, mas isso não é nenhuma novidade em se tratando de preços em nosso país.
No final da semana passada recebi em visita uns amigos - mãe e filho - vindos de Florianópolis. E o filho e sua esposa estiveram passeando em Buenos Aires por uns quatro dias. E em conversa com ele, disse-me que os preços lá são muito baixos se comparados com os nossos. Ele teve a preocupação de guardar os tiquetes de algumas passagens em trens, metrôs e barcos em que passeou por lá, para nos mostrar em seu retorno ao Brasil.
E na última Copa do Mundo realizada em nosso país, a coisa que mais era reclamada pelos estrangeiros que aqui vieram, relacionava-se, diretamente, aos preços praticados nessa nossa terra tupiniquim. E, convenhamos, é mesmo um abuso e um absurdo. Somos explorados, diuturnamente, em nossa própria pátria, por gente fria, insensível e gananciosa.
E de certa forma, podemos considerar isso como tremendos assaltos que sofremos. Mesmo sem armas a nos ameaçar mas com uma violência suprema nessas ações, haja vista que pagamos muito mais pelos bens que consumimos do que outros povos o fazem em outras nações.
Mas a culpa é mesmo nossa, o povo. Porque aceitamos tais explorações de forma serena e tranquila, sem reclamarmos de nada e nem reagirmos contra tais abusos. E até que tomemos consciência sobre isso, ainda permaneceremos sendo explorados por muito tempo, com certeza. Afinal, como diria minha velha mãe numa situação como essa: "Não se tem pena do próprio lombo". E entenda-se como lombo, o nosso próprio organismo (corpo).
E estamos conversados.
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