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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

OUVINDO UMA BRONCA MUITO LÚCIDA E PERTINENTE

  O corre corre desse nosso cotidiano nos obriga a viver de uma forma quase que acelerada, tal qual um bólide, tal são as coisas a que temos que resolver durante um dia de vida. E parece que essa sensação vai mudando para pior a cada dia que passa. Assim sendo, quando damos fé, a semana acabou, bem como o mês e o ano. E vida que segue.
   Sendo assim, hoje, ao ir almoçar no lugar frequente que vou, com quem me deparo no trajeto? Nada mais, nada menos, do que com o meu amigo Severino Biu, o taxista. Que é um dos agentes auxiliares desse espaço e desse autor, para assuntos conexos e desconexos, quando necessário.
   Pelo seu semblante, percebi logo que ele não estava num bom dia e nem instante. Porque carregava aquelas propriedades muito comuns em quem está com alguma preocupação ou problema existencial. Mas isso não é nenhuma novidade nas pessoas destes tempos modernos. Cada um de nós carrega pelo menos uma meia dúzia deles.
   Mas depois de um esfuziante encontro e de trocarmos as nossas gentilezas, nos dirigimos para o restaurante para almoçarmos juntos e colocarmos as conversas em dias, haja vista que deveriam ter uns três ou quatro meses que não nos encontrávamos para tal.
   E ele começou a falar. Desfiando uma sequência de reclamações sobre a sua atividade e profissão. Porque já possui muitos anos de estrada nesse metier, considerando-se já um PHD naquilo que faz e desempenha. Mas que não vê nenhuma esperança em que tal profissão e atividade seja respeitada por grande parte da população.
   E sabe e explica que existem muitos problemas nas ações dos profissionais de sua área. Mas coloca a culpa na Prefeitura, bem como nos usuários desse serviço. E disserta: "Há deficiência de gestão no órgão responsável pela fiscalização do serviço de taxi nesta cidade. Mas também grande parte de culpa das mazelas que acontecem nesse serviço, pode-se muito bem atribuir à negligência e omissão dos usuários dele. Porque quase sempre quando encontram um mau profissional, nunca o denunciam".
   E prosseguindo, ele diz: "Como é que se punirá um infrator sem que haja denúncia contra ele? E como a Prefeitura irá conseguir ordenar e organizar tal serviço? Mas também há a necessidade de que os agentes tenham pleno preparo para tal. E tratem os profissionais com o respeito que merecem, porque o número de maus elementos é muito menor do que o dos profissionais corretos, decentes e aplicados no serviço".
    Fechando a nossa conversa, ele referiu-se ao curso de taxista que foi obrigado a fazer, durante cinco Domingos, das oito da manhã às cinco da tarde, num órgão oficial de transporte, mas que não viu grande coisa em tal trabalho. Nada que já não soubesse.
    E diz que um taxista não é inferior a nenhuma outra profissão. Diz, inclusive, que para ser um profissional no grau de excelência, como todos os profissionais de todas as áreas deveriam ser, dever-se-á levar de quatro a cinco anos de trabalho e vivência nesse serviço. Mas com bastante aplicação no trabalho. E conclui dizendo que, para ele, grande parte dos usuários pensa que tal serviço é simples. Que basta apenas dirigir um veículo. Mas não é. Porque conhecer as ruas, bem como os respectivos itinerários, leva-se o tempo anteriormente citado. E não é fácil tal absorção.
    Ele diz que a impressão que tem é a de que quase todos os que transporta, pensam saber mais do que ele e dos demais profissionais. O que não é verdadeiro. Uma pessoa pode saber o seu itinerário, apenas. Mas não conhecerá os muitos outros que o taxista fará durante seu dia e sua jornada profissional na cidade.
     E num complemento extra, terminou dizendo que "se as pessoas exigem serem respeitadas, devem, também, respeitar o profissional taxista. E não criar conjecturas, bem como ideias absurdas sobre ele, considerando-o uma pessoa normal e honesta, bem como um profissional de primeira linha".
    Então, de tudo o que ouvi do meu querido amigo Severino Biu, o taxista, mais uma vez fiquei ciente de que ele é uma pessoa de excelência, a qual me orgulha por ser do meu rol de convívio nessa vida.

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