E o período carnavalesco remeteu-me à década de 1970, quando jovem, descobri a aventura de acampar longe do grande centro, buscando sempre a região da Costa Verde, onde o mar e montanha fazem uma dobradinha para ninguém colocar defeito.
Só sabe do prazer que um ser humano sente nisso quem fez essas peripécias, se é que podemos chamar assim. Porque tinha que ter coragem. E por vários motivos. E o primeiro deles era carregar mochilas e apetrechos comuns àquela prática.
Era o que denominávamos o "tempo das vacas magras". Isto porque éramos jovens, ainda com situação indefinida no plano profissional e todos ganhávamos mal, o que determinava nos gastos no tal de "conta do chá". E seja lá o que isso queria dizer, pode-se sintetizar que a nossa grana era bem limitada, não nos permitindo excessos.
Mas a vontade e o prazer de dispor e gozar da natureza, eram sensações impagáveis. E ficar uns dias ao bel prazer e ao sol escaldante, numa beira de praia, bem como sob o céu estrelado, às vezes enluarado, eram suficientes para nos darmos conta de que valia todos e quaisquer sacrifícios. No caso, físico e financeiro.
Era um tempo onde a violência quase não existia, exceto aos que denominávamos uns "ladrões de galinha". Não tínhamos medo de nada, e a descontração e diversão eram as ações básicas daquela proposta. Infelizmente hoje não dá para dizer a mesma coisa.
E na região de Mangaratiba e adjacências, via-se um acúmulo muito grande de barracas de acampamento e, lógico, de gente. Com aqueles aparatos sendo carregados nas mãos e presos aos corpos, mas a alegria ficava estampada na face de cada um dos "mochileiros".
Uma das coisas mais prazerosa era tomar banho de rio ou de cachoeira. E aquela região era fértil nisso. Daí que todos aproveitávamos e nos divertíamos a valer, sem nenhuma preocupação. As águas eram limpas e seguras de se banhar. A comida era feita través de fogueiras que fazíamos na faixa fora da areia, que podia ser de carvão levado previamente ou de galhos secos colhidos naquela periferia. Tudo muito prático.
Óbvio que os pratos tinham que ser simples. Em geral baseados em macarrão e derivados. Também costumávamos fazer churrasco. E até peixes eram assados no fogo, provenientes de pesca dos próprios mochileiros. Enfim, o aperto que se passava era deixado de lado e a ideia era só o prazer da liberdade.
E passávamos o dia inteiro nos divertindo. De várias formas e jeitos. E à noite, sob a luz de velas e lampiões a gás, costumávamos nos reunir ao redor de nós mesmos, para contar histórias e fazer algumas brincadeiras. Também jogávamos. Cartas, dominó ou outro jogo qualquer. A diversão comia solta.
Mas não se pode deixar e nem esquecer de contar sobre os namoros. Isso também não podia faltar. E naquela época, apesar de um pouco diferente desses tempos atuais, aproveitávamos tais circunstâncias.
Essa modalidade de acampamento era chamado de "selvagem". Porque eram feitos em locais ermos, sem controle de nada e nem ninguém. O que posteriormente deu origem aos acampamentos oficiais, onde as pessoas dispunham de melhor condições do que àqueles outros. E pode-se dizer que não era a mesma coisa.
Mas antes que se esqueça, é contar as viagens que fazíamos através do trem, que era chamado de "Macaquinho", com aquelas composições de madeira, trens antigos que só faziam o mesmo percurso e só atendiam àquela região. E a diversão era certa. Uma bagunça e uma algazarra sem tamanho. E embarcávamos muito cedo na estação de Deodoro. De madrugada.
E com a violência desse nosso cotidiano, fica totalmente inviável alguém arriscar-se a fazer aquelas mesmas manobras que fazíamos há 30 ou 40 anos atrás. E ninguém é bobo de executar tal façanha. Corre o risco de perder tudo o que levar, bem como a própria vida. Mas os espaços que haviam naqueles tempos já não existem hoje. Viraram "selva de pedra". Então, é ficar jogando no computador ou no celular. Mas em casa. E deixar de aproveitar a natureza, sentindo na pele o frescor do vento e do sereno. Bem como as muitas atividades que desenvolvíamos num acampamento selvagem na década dos 70'. Tempos que não voltam mais.
Só sabe do prazer que um ser humano sente nisso quem fez essas peripécias, se é que podemos chamar assim. Porque tinha que ter coragem. E por vários motivos. E o primeiro deles era carregar mochilas e apetrechos comuns àquela prática.
Era o que denominávamos o "tempo das vacas magras". Isto porque éramos jovens, ainda com situação indefinida no plano profissional e todos ganhávamos mal, o que determinava nos gastos no tal de "conta do chá". E seja lá o que isso queria dizer, pode-se sintetizar que a nossa grana era bem limitada, não nos permitindo excessos.
Mas a vontade e o prazer de dispor e gozar da natureza, eram sensações impagáveis. E ficar uns dias ao bel prazer e ao sol escaldante, numa beira de praia, bem como sob o céu estrelado, às vezes enluarado, eram suficientes para nos darmos conta de que valia todos e quaisquer sacrifícios. No caso, físico e financeiro.
Era um tempo onde a violência quase não existia, exceto aos que denominávamos uns "ladrões de galinha". Não tínhamos medo de nada, e a descontração e diversão eram as ações básicas daquela proposta. Infelizmente hoje não dá para dizer a mesma coisa.
E na região de Mangaratiba e adjacências, via-se um acúmulo muito grande de barracas de acampamento e, lógico, de gente. Com aqueles aparatos sendo carregados nas mãos e presos aos corpos, mas a alegria ficava estampada na face de cada um dos "mochileiros".
Uma das coisas mais prazerosa era tomar banho de rio ou de cachoeira. E aquela região era fértil nisso. Daí que todos aproveitávamos e nos divertíamos a valer, sem nenhuma preocupação. As águas eram limpas e seguras de se banhar. A comida era feita través de fogueiras que fazíamos na faixa fora da areia, que podia ser de carvão levado previamente ou de galhos secos colhidos naquela periferia. Tudo muito prático.
Óbvio que os pratos tinham que ser simples. Em geral baseados em macarrão e derivados. Também costumávamos fazer churrasco. E até peixes eram assados no fogo, provenientes de pesca dos próprios mochileiros. Enfim, o aperto que se passava era deixado de lado e a ideia era só o prazer da liberdade.
E passávamos o dia inteiro nos divertindo. De várias formas e jeitos. E à noite, sob a luz de velas e lampiões a gás, costumávamos nos reunir ao redor de nós mesmos, para contar histórias e fazer algumas brincadeiras. Também jogávamos. Cartas, dominó ou outro jogo qualquer. A diversão comia solta.
Mas não se pode deixar e nem esquecer de contar sobre os namoros. Isso também não podia faltar. E naquela época, apesar de um pouco diferente desses tempos atuais, aproveitávamos tais circunstâncias.
Essa modalidade de acampamento era chamado de "selvagem". Porque eram feitos em locais ermos, sem controle de nada e nem ninguém. O que posteriormente deu origem aos acampamentos oficiais, onde as pessoas dispunham de melhor condições do que àqueles outros. E pode-se dizer que não era a mesma coisa.
Mas antes que se esqueça, é contar as viagens que fazíamos através do trem, que era chamado de "Macaquinho", com aquelas composições de madeira, trens antigos que só faziam o mesmo percurso e só atendiam àquela região. E a diversão era certa. Uma bagunça e uma algazarra sem tamanho. E embarcávamos muito cedo na estação de Deodoro. De madrugada.
E com a violência desse nosso cotidiano, fica totalmente inviável alguém arriscar-se a fazer aquelas mesmas manobras que fazíamos há 30 ou 40 anos atrás. E ninguém é bobo de executar tal façanha. Corre o risco de perder tudo o que levar, bem como a própria vida. Mas os espaços que haviam naqueles tempos já não existem hoje. Viraram "selva de pedra". Então, é ficar jogando no computador ou no celular. Mas em casa. E deixar de aproveitar a natureza, sentindo na pele o frescor do vento e do sereno. Bem como as muitas atividades que desenvolvíamos num acampamento selvagem na década dos 70'. Tempos que não voltam mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário