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sexta-feira, 20 de outubro de 2017

CERTAS ILAÇÕES, ÀS VEZES, SÃO PERTINENTES.

   "O tempo é o senhor da razão!"
   Esta frase é de autor desconhecido mas foi difundida e propagada por Marcel Proust, pensador francês, mas tornou-se mais conhecida em nosso país pelo ex-presidente Collor, salvo erro.
   Tal abordagem vem a respeito do acontecimento trágico que envolveu estudantes numa escola em Goiás, com a morte de dois deles e ferimentos em outros, perpetrado por um deles, que disse ter sido ridicularizado pelos colegas no dia a dia estudantil deles.
   E os pais de um dos mortos, João Pedro, vieram a público buscar defender seu filho do fato de ter sido um dos agentes que provocaram e promoveram a reação do estudante atirador, dizendo que seu filho era tudo de bom nesse mundo.
   O que me chamou atenção foi que eles são religiosos, talvez evangélicos, pelo modo como falam a respeito, colocando situações que eles mesmos demonstram não perceber. Porque hoje em dia parece existir uma cegueira crônica nos responsáveis, a ponto de impedi-los ver a realidade nua e crua do que está aí para todos verem. Qual seja? A excessiva permissividade com que criam as crianças nesses tempos modernos.
    Do que se pode observar nesse aspecto, as crianças e jovens dessa contemporaneidade são rigorosamente iguais umas às outras. Sem distinções e diferenças. Porque são criadas e educadas (?) sob um só e único método para tal. Mas os pais não veem em seus filhos os defeitos dos filhos alheios. E isso é preocupante ao extremo segundo as minhas particulares premissas.
    E no caso desse pai aqui citado, ele coloca muito bem tal situação, quando insiste em afirmar que seu filho era um exemplo de tudo, focando no aspecto religioso, dizendo, inclusive, que seu filho era um obreiro da igreja, realizando ações fraternas ao extremo, com isso buscando defendê-lo do ato que redundou em sua morte, ao incomodar o colega autor.
    Não é difícil de se observar que grande parte das crianças e jovens dessa atualidade, são frios, indiferentes e desinteressados a muitas situações, principalmente no que tange ao respeito ao próximo e à coletividade. E fazem e cometem ações nefastas e incômodas ao extremo, sem terem a exata consciência disso.
    Mas seus pais parecem não quererem ver as coisas como elas são e se dão, de forma concreta e objetiva. E num outro texto aqui mesmo nesse espaço há certo tempo atrás, deslanchei um tema onde promovo um teste coletivo num determinado edifício onde moram muitas pessoas, afirmando que se usassem uma folha de papel, cada um dos pais, e fossem exigidos de colocarem nela os nomes de um ou mais jovens daquele prédio os quais possuem um ou mais comportamentos inadequados ou inconsequentes, digamos, todos os que ali residem seriam citados por um daqueles pais participantes desse teste.
    É óbvio que tal procedimento pode ser considerado sem sentido. Mas não haveria nenhuma dúvida de que se tornaria científico tal método, se fosse colocado em prática constante, para avaliação comportamental de pessoas novas, nesses nossos tempos.
    No entanto, sempre haverá a resistência daqueles que não querem atentar para as coisas profundas dessa vida. E é por isso que a cada dia que passa, o mundo vai se desvirtuando, a ponto de assistirmos tais acontecimentos trágicos e fatídicos, com regularidade maior do que aquele que queremos e esperamos. Infelizmente.

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