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quarta-feira, 24 de julho de 2013

GANHA-SE EM REAIS E GASTA-SE EM DÓLAR

     A cidade do Rio de Janeiro, talvez dentre outras, recebe quase diariamente dois jornais gratuitos, O Metro e o Destak, que são entregues ao povo nos cruzamentos e sinais de logradouros do Centro, Tijuca e parte da Zona Zul, pela manhã por moças uniformizadas.
     E hoje, ao receber o Destak vi estampada na página 5 uma reportagem sob o seguinte título: "Nem dólar alto segura gastos no exterior". Dando conta do gasto de turistas brasileiros no exterior no primeiro semestre do ano, completando com a informação de ser isso um recorde nesse período do ano.
     Na informação é citado o valor de US$12,3 bilhões em moeda americana. E chama à atenção para o fato de o Dólar estar em alta no Brasil, o que causa mais espanto ainda, cujo valor no dia de hoje chegou a R$2,281.
     E qual é a questão dessa abordagem? Muito simples: O povo está em campanha por várias cidades brasileiras, pleiteando melhoras nos serviços públicos do país, ao mesmo tempo reclamando de várias coisas que pensa não estar de acordo com as suas prerrogativas e perspectivas, principalmente no plano social, educacional e de segurança pública. Isto contando, também, sobre as mazelas dos políticos brasileiros no Congresso Nacional.
     Mas o engraçado aí, se é que se pode considerar assim, é que os salários do povo são dos quesitos mais discutidos em quaisquer discussões que se proponham a discutir. Mas com uma notícia dessa no citado jornal, fica difícil se entender tal questão. E por que? Simples, de novo: Como é que um povo que tem uma remuneração sofrível, pode pretender viajar ao exterior e gastar o dinheiro que gastou e consta da referida reportagem?
     Óbvio é que os que viajam, não podem estar classificados como o povo que ganha mal, por certo. Daí que tal situação deixa qualquer um confuso se pretender analisar esta questão. É um estrato da população que é privilegiada em prol de outras menos felizardas, digamos.
     Mas também sabemos da condição de subdesenvolvido de uma grande parte dessa gente que, mesmo possuindo meios de ganhar mais dinheiro que outros, desconsidera certos aspectos lógicos e se lança em aventuras em terras estranhas, onde a maior parte que vai não domina nem sua própria língua, quanto mais a do país que visita. Acrescente-se, aí, que não conhece nem um pouco do seu próprio país, que é detentor de grandes maravilhas, e vai conhecer terras alheias, sofrendo desgastes no tratamento que recebe das alfândegas desses países.
     E tudo isso ainda representa evasão de divisas, valores estes que deixam de ser aplicados no Brasil, beneficiando e garantindo emprego e sobrevivência ao povo estrangeiro, enquanto todos sabem das muitas dificuldades que muitos dos brasileiros atravessam em seu próprio país, principalmente por falta de
emprego.
     Mas de uma coisa podemos ter plena convicção: Esses brasileiros não irão nunca participar de passeatas nem protestos pela moralização de muitos aspectos no país. Primeiro porque estarão ausente dele; e segundo, porque para eles, com certeza, as coisas estão pra lá de Bagdá, que é quando se quer dizer que tudo é uma verdadeira festa.
     E assim, vida que segue.
    

 

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