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segunda-feira, 28 de março de 2016

OBSERVAR: UM EXERCÍCIO INTERESSANTE A FAZER

     E nesta Segunda-Feira, pegaremos o mote do artigo anterior que fala do fazer e vamos enveredar por uma seara interessante que é o trabalho do povo brasileiro, que já conhecemos muito bem através daquele formato que chamam de "jeitinho brasileiro".
    E a sabedoria popular é soberana no aspecto de transmitir muitas mensagens através de seus ditados populares. E, com isso, formou uma cultura que praticamente representa tudo de verdade nesse universo. Porque como se diz num deles: "a voz do povo é a voz de Deus".
    Uma nação como a nossa, possuidora de uma riqueza sem igual, já deveria ser a primeira ou a segunda no mundo em todos os quesitos e classificações. Porque um dos principais fatores que nos beneficiam extraordinariamente em relação às outras, é o nosso clima, dito tropical. O que dá chance à produção agrícola de alguns produtos por três ou até mesmo quatro vezes ao ano, o que não ocorre às outras em boa parte do planeta.
    Mas aqui uma série de fatores nos impedem disso. E o primeiro deles, como sabemos, é o excessivo dias de feriados. E mesmo sendo considerada uma nação laica, mesmo assim se aplicam os ditos feriados religiosos, o que acabam por quebrar a sequência do trabalho, e isto ainda é ajudado pelos enforcamentos de dias, quando estes caem no início ou quase no fim de uma semana.
    Porém é nítida a baixa qualidade do trabalhador brasileiro. A produtividade e o aproveitamento dele, se fosse rigorosamente controlado, deixaria à mostra tal resultado. Mas nem se precisa usar de tais recursos para se observar tal deficiência. Em artigo anterior já citei o que acontece, por exemplo, no serviço público em nosso país. Nas obras que se veem espalhadas por aí, o excesso de gente é uma marca clara e objetiva do desperdício.
    E para quem quiser observar tal fato, é só manter-se nas proximidades de alguma delas, observar como se portam os operários que ali estão. E tive a preocupação de filmar tais circunstâncias nas obras que se realizaram e se realizam na cidade do Rio de Janeiro. 
    É impressionante como ficam na conversa em plena hora do trabalho. E isso se dá em grupos. A ponto de se constatar que com a metade daquela gente, conseguir-se-ia uma melhor performance nessas obras, realizado-as, talvez, na metade do tempo previsto para seus términos, e contando com um quadro de empregados pela metade do que é usado normalmente nelas.
    Mas essa problemática é abrangente. Alcança quase que todo o universo dos trabalhadores brasileiros. Aqui quase sempre não há a preocupação em começar e terminar uma tarefa em tempo mínimo. As pessoas trabalham de forma displicente, sem nenhum compromisso com o tempo e a qualidade daquilo que fazem.
    Óbvio que uma assertiva como essa desagradará à maioria dos leitores. Mas faz-se um desafio a eles. Parem em qualquer lugar e observem os desempenhos das pessoas no trabalho. E nesses tempos modernos, como o advento dos aparelhos telefônicos celulares, a coisa piorou. O que se gasta de tempo em conversa através desses aparelhos é uma coisa absurda.
    Mas, claro, ninguém tem a noção disso. Bem como não percebem o enorme tempo que roubam das empresas e dos patrões nessa modalidade de procedimentos. Mas ficariam todos assustados se o fizessem. E os valores pecuniários disso alcançariam níveis estratosféricos.
    Porém até existe uma contra partida nessas circunstâncias. Porque agora grande parte das pessoas talvez pague com essas ações, em ter que prestar serviço quando fora dele. Porque muitos são convocados a realizarem procedimentos profissionais em suas horas de lazer. E às vezes até em altas horas do dia/noite, quando em casa, sendo solicitados a executarem quaisquer tarefas ordenadas por seus chefes através do celular.
    São os paradoxos desses tempos modernos.

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