Ultimamente tenho visto mais televisão do que antes. Só que vejo as televisões abertas. Não tenho muita vontade de assinar uma tv especial porque não vejo tanta diferença dela para a outra, a não ser a quantidade de canais que é superior à primeira. Mas a qualidade da programação não chega a ter tanta diferença quanto se imagina. Talvez em filmes e em músicas, esta última leve vantagem à outra.
Mas um tipo de evento que chama-me à atenção são aqueles quadros de familiares encontrando familiares aos quais não veem há 20, 30 e até 40 anos. Vê-se muito disso nos programas do Ratinho, Gugu e, às vezes, até no do Faustão. No da Eliane também, agora lembrei. Lá ela conta até com o auxílio de um grupo que possui um site na internet que é voltado para localizar pessoas que são procuradas pelos parentes, desejosos de reencontro após um longo período de afastamento entre si, por razões as mais diversas. Para quem quiser buscar alguém do seu convívio, desaparecido, o site se chama Good Angels (www.goodangels.org.br).
Vez ou outra assisto um desses encontros e fico perguntando-me porquê acontece tal coisa. Uma família separar-se e alguns de seus membros se afastarem para locais distantes sem nunca mais se encontrarem ou levarão tempos exagerados para um novo reencontro. Confesso-lhes ficar emocionado com alguns desses episódios a que já assisti.
O engraçado nisso tudo é que eu sinto a emoção que aquela gente envolvida na situação sente. Por incrível que pareça. E acredito que muitas outras pessoas o sintam, também. Dá a impressão que estou ali junto e faço parte daquele grupo que se reencontra após muito tempo de distância entre eles. Isso lembra-me a figura do meu pai. Ele era extremamente emotivo e chorava à toa em circunstâncias onde a emoção se fazia presente. E eu herdei essa sua mesma característica. Mas cabe esclarecer aqui que eu não tive esse problema entre meus pais. Convivemos todos por mais de 30 anos ( 33 anos, mais exatamente até o velho morrer).
As relações sentimentais entre certas pessoas, quando logo no início delas a coisa já descamba para desentendimentos e brigas, são os principais fatores que proporcionam esse tipo de acontecimento. Com as brigas a relação acaba de forma litigiosa, onde as partes se separam, e nisso os filhos envolvidos é que levam a pior. O pai vai para o norte, a mãe para o sul, e a distância entre eles reparte a família e os filhos, ao final, é que saem perdendo porque não terão o convívio natural com ambos.
Eu conheço uma pessoa que foi adotada por um casal quando era criança e hoje, mais de 30 anos passados, não faz nem idéia de quem sejam seus pais verdadeiros. E essa pessoa não dá a impressão de ter vontade de conhecê-los, sendo que a mãe adotiva não quer nem ouvir falar nessa hipótese, evitando falar a respeito, sempre que o assunto vem à tona, por alguém que conhece essa situação, como no meu caso.
Penso que são raras as pessoas que descobrem serem filhos adotivos e que não manifestem o desejo de conhecer seus pais verdadeiros. Acho isso um fato normal porque todo mundo que vive sua vida, quer saber quem são seus pais originais, mesmo que tenham sido criados dentro de um lar, que não seja de seus pais autênticos, mas tenha recebido todo o amor possível dos pais adotivos.
Existe também um comportamento da maioria dos pais adotivos, buscarem esconder para sempre essa situação, sabendo-se que em qualquer oportunidade no futuro, uma circunstância qualquer revelará a real situação entre eles. Essa também é uma das maiores dificuldades que as pessoas adotivas atravessam em suas existências.
O outro fator que proporciona esses filhos que nunca conheceram um dos pais é essa situação envolvendo pessoas infiéis. Se relacionam por certo tempo e quando acontece da mulher engravidar, separam-se por diversos motivos, seguindo um para cada lado, sem se preocupar com o filho que vai nascer e o que dirão a ele quando tiver consciência do fato.
Na maioria das vezes quando acontece um caso desses, a mulher não tem condições de arcar com a criação do filho, não lhe restando outra alternativa a não ser a de doá-lo para pessoas que o queiram e possam lhe proporcionar uma vida melhor do que a mãe naquela situação. Até mesmo isso às vezes não é entendido pelo filho abandonado, causando-lhe resistência ao reencontro num futuro.
Nos dias de hoje já não deveria acontecer tantos desses episódios porque existem campanhas governamentais buscando proteger as jovens que se tornam mães muito cedo e nas condições expostas nesse relato. Mas, hoje, está ocorrendo fatos muito mais desagradáveis: essas jovens mães , em muitos casos, estão se desfazendo de seus filhos quase prematuros, largando-os em valas ou vielas e, em alguns casos, até os matando.
A esperança é que um dia tais coisas não mais aconteçam, para que todos tenham suas famílias unidas e presentes e não precisem procurá-las em nenhum programa como esses citados
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