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quarta-feira, 20 de junho de 2012

A VIDA COMO ELA É

   Diz a sabedoria popular que quanto mais vivemos mais aprendemos.
   Diz-se, também, que quanto mais a pessoa vai envelhecendo mais sabedoria vai acumulando na sua vida.
   Ainda bem que podemos dizer: "Há  controvérsias".
   E eu, já sexagenário, do que vou vendo, lendo e ouvindo por aí, não necessariamente nessa ordem, já estou discordando disso tudo em número, gênero e grau.
   Sem querer causar espanto a você, leitor, relato que o que venho observando nos comportamentos dos septuagenários e octogenários  atuais, vem causando-me um desconforto muito grande. Haja vista que estou em caminho para essa faixa de idade e busquei a vida inteira estudar e observar essa gente, com o fim de aprender as coisas e livrar-me de situações embaraçosas, perigosas, infelizes e trágicas quando alcançar esse tempo de idade e vida.
    Uma grande parte dos idosos de hoje, apesar de estarem nessas condições e já pudessem estar aposentados e desfrutando de uma vida boa e tranquila, vivem, muitos deles, em pleno exercício laboral, ou seja: ainda trabalham com fins de aumentarem suas rendas que não são suficientes para suas vidas regulares e a maioria ainda carrega o encargo quase que obrigatório, de sustentar filhos já em idades acima de 35 ou quarenta anos, com respectivas famílias.
    Só essa circunstância já contraria a ordem natural da vida. Após criar os filhos e vê-los constituir suas próprias famílias, o idoso tem que deixar esse encargo para eles, e não continuar carregando tal fardo, que sai totalmente da lógica existencial. Mas isso, nos dias atuais, está mais corriqueiro do que possamos imaginar.
    Por outro lado, vejo condutas dessa gente totalmente incoerentes com o que pregam no dia a dia. Envolvem-se e situações conflitantes com filhos, assumindo compromissos destes, coisa inadmissível de se aceitar, porque os filhos a partir de certa idade, tem que carregar o seu piano sozinho, sem exigir dos pais a obrigação de o fazer, como ocorre na atualidade.
    Uma das coisas mais impressionantes que vemos hoje é o pai querer fazer tudo pelo filho e este nem lhe concede uma contrapartida. Em muitas das vezes o que vemos por aí são idosos largados ao léu ou, então, esquecidos em asilos como se fossem coisas velhas abandonadas.
    Aí é que vejo uma total incoerência nos velhos de hoje. Passam-me a impressão de não terem aprendido suas lições adequadamente e incorrem em equívocos que eles mesmos criam e sabem que não darão em resultados que esperam. Daí o sofrimento se faz presente em suas vidas, transformando-os em pessoas infelizes e tristes. E sentindo-se, também, abandonados e sozinhos.
    E antes que alguém possa protestar sobre o que está exposto aqui, esclareço que não são todos os idosos que se enquadram nessas circunstâncias mas sim uma parte muito grande deles. E isso, a meu juízo, é muito preocupante e estarrecedor.
    Mas eu costumo dizer que a vida não é Contabilidade mas é como se fosse. Tem lá as suas contrapartidas (quem entende de Contabilidade sabe o que isso quer dizer). O que deve ser atentado pelas pessoas é o método que aplica para viver. Se escolher o certo, terá uma boa existência. Se optar pelo equívoco, estará enquadrado em situações similares ao que coloco nessa matéria.
    A vida é como ela é, já disse alguém. E eu faço coro.

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