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sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

CONHECER A SI, FOI O QUE DISSE SÓCRATES. MAS...

    Nesses últimos tempos, que não sei precisar quanto, tenho me sentido incomodado com muita coisa. No aspecto geral e, principalmente, no pessoal. Porque sinto uma pressão grandiosa, coisas que sei e que não sei explicar. Suas origens, suas causas, seus motivos e razões.
    Enfim, é nítida uma complexidade existencial. Daí a dificuldade da explicação e da justificativa. Porque ao olhar ao redor, vejo tanta gente em situação pior. Muito mais desajustada. Até mesmo perdida em seus rumos. O que não acontece comigo.
    É sabido que o tempo passa, o mundo gira e a vida continua. É o óbvio ululante que dizia Nelson Rodrigues. Foi, é e será sempre assim. Até o último dia da existência deste planeta, a Terra, e também do universo inteiro.
    Já me manifestei a respeito da pseudo inteligência humana. E continuarei com a mesma assertiva a respeito disso enquanto for vivo. Porque do que leio, ouço, vejo e vivencio, não necessariamente nessa ordem, só me deparo com paradoxos existenciais coletivos.
    E quanto mais a vida segue e a idade aumenta, a minha e de todos nessa existência, poderia até buscar desligar-me desse cotidiano. Ficar alheio ou indiferente a ele, do modo como muitas pessoas agem. Porque deve ser por isso que as mazelas humanas sejam infinitas.
    Mas não. Mesmo não seguindo a nenhuma religião, por inteira convicção, pego a título de ilustração uma parábola cristã que diz: "Orar e vigiar". O que grande parte das pessoas interpreta equivocadamente. Porque a minha interpretação disso, consiste em nunca se desligar nessa vida. Até pelo contrário. Tomar conta de tudo o que se dá e acontece ao nosso redor e no mundo.
    Assim sendo, há que se perceber até o balanço de uma folha numa árvore. E verificar se está ou não ventando para que isso ocorra. Porque temos que ter o controle de tudo o que acontece diante e à volta de nós.
    Ora, para alguns, isso já é um caso patológico, de alguém necessitando de acompanhamento psicológico, quiçá psiquiátrico. E nem ligarei para isso. Porque em outros textos, por mais de uma vez, já afirmei e declarei que quando passo pelas proximidades do Hospital Pinel, ou outra instituição desse tipo, o faço de forma apressada e pela calçada contrária.
    E com o passar desses anos de existência, só vejo a coisa ficar ainda mais complexa. E digo assim por que existem melhorias num aspecto, mas pioras em outros. E talvez seja por isso que muitos não percebam o que realmente ocorre nessa vida. E, também, não se deem conta do que realmente necessitam para suas realizações, vontades e sonhos.
    A Humanidade aumenta diuturnamente sem parar. A tecnologia avança de uma forma avassaladora, levando a tudo e a todos de roldão. A conceituação  geral de tudo o que exercitamos, se altera sem que nos percebamos tais mudanças. E assim vamos seguindo em frente.
    E o engraçado nisso tudo é que, teoricamente, somos seres iguais um ao outro. Pelo menos é o que se diz. Mas isso não é autêntico. Cada um de nós possui caracteres e capacidades muito diferentes uns dos outros. E aí é que está o xis da questão.
    Há quem diga que sempre deveremos observar tais diferenças nas pessoas para que as entendamos corretamente e evitemos de criar situações de confrontos ou que tais. Mas entre a prática e a teoria, vai uma diferença abissal. Porque ninguém cumpre essa regra. Tanto o mais avançado dos seres não entende e/ou aceita o de menos consistências, quanto estes o fazem em relação aos primeiros. É o famoso paradoxo circunstancial . Mas existencial também.
    E até seria o caso de se perguntar o porquê dessa situação não se resolver no mundo, não é? Mas aí é querer muito ou demais. E quem é que possui tanto domínio para tal empreitada? Se existir e onde estiver, que se manifeste para nós. E rápido e ligeiro, antes que esse mundo acabe.
    

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