Assim que abri este espaço, buscando desenvolver um assunto que o preenchesse e, ao final, se transformasse num novo artigo, confesso-lhes que travei. É! Fiquei imerso sem conseguir desenvolver nada. E não sei por quanto tempo assim permaneci.
Mas, felizmente, um tempo depois lembrei-me de uma conversa que havia tido com um amigo, o qual encontrara numa das esquinas da Praça da Bandeira, aqui no Rio de Janeiro, onde costumo almoçar com muita frequência durante a semana. Foto: Augusto dos Anjos
A Praça da Bandeira para mim parece aquela pequena cidade do interior onde todos se conhecem. Mas, exageros à parte, tenho um rol de conhecidos por ali e costumo conversar com eles com muita frequência, como se fôssemos vizinhos dessa pequena cidade. Então, um deles, no meio de nossa conversa de hoje indagou-me sobre a seguinte questão: A violência do cotidiano.
O assunto corria quando de repente veio a pergunta: " Como é que se sentiria a pessoa que inventou a arma de fogo? Confesso que esta surpreendeu-me pelo inusitado. Mas logo recobrei-me, lembrando-me de uma citação muito conhecida de uma frase de um autor chamado Augusto dos Anjos: " A mão que afaga é a mesma que apedreja...". Ponderei que a arma de fogo foi criada para que o homem se defendesse dos animais ferozes que existem no mundo.
No entanto o meu interlocutor não demonstrava aceitar a ponderação, dizendo que não aceitava tal ideia porque, para ele, é inaceitável tal comportamento, partindo de uma pessoa. E completava: "É inadmissível alguém ferir ou matar um semelhante" .
É óbvio que concordei com a colocação dessa pessoa. Mas tentei explicar que a gravidade dessa situação não está, exatamente, na existência da arma, mas sim na mente e na ação daquela que perpetra tal comportamento. Porque uma faca, um canivete ou qualquer outra peça cortante, pode muito bem ser empregada como arma. E, no entanto, tais ferramentas existem para trabalhos manuais/profissionais e não para ser usada contra um ser humano.
E nesses tempos atuais, o que mais se vê são crimes após crimes, vitimando pessoas nas mais diversas idades. Não escapa ninguém. E o espantoso nisso é ainda ver pessoas usando tais acontecimentos como piada, com sarcasmo ou ironia acentuada, como bem se vê em certos programas no rádio e na televisão.
Foto de Ney Silva
Fica muito fácil para essa gente tripudiar diante da dor alheia. Esquecendo-se que um dia eles próprios podem virar personagens em seus próprios programas. Ou algum de seus parentes ou amigos. Dá no mesmo.
Por fim, afirmei para esse meu interlocutor que a raça humana está perdendo sua principal essência: a humanidade. Porque não dá para entender ou explicar certos acontecimentos que se dão em nosso cotidiano, onde o resultado final é a morte de um semelhante. E por motivos fúteis, em sua maioria.
Mas, felizmente, um tempo depois lembrei-me de uma conversa que havia tido com um amigo, o qual encontrara numa das esquinas da Praça da Bandeira, aqui no Rio de Janeiro, onde costumo almoçar com muita frequência durante a semana. Foto: Augusto dos Anjos
A Praça da Bandeira para mim parece aquela pequena cidade do interior onde todos se conhecem. Mas, exageros à parte, tenho um rol de conhecidos por ali e costumo conversar com eles com muita frequência, como se fôssemos vizinhos dessa pequena cidade. Então, um deles, no meio de nossa conversa de hoje indagou-me sobre a seguinte questão: A violência do cotidiano.
O assunto corria quando de repente veio a pergunta: " Como é que se sentiria a pessoa que inventou a arma de fogo? Confesso que esta surpreendeu-me pelo inusitado. Mas logo recobrei-me, lembrando-me de uma citação muito conhecida de uma frase de um autor chamado Augusto dos Anjos: " A mão que afaga é a mesma que apedreja...". Ponderei que a arma de fogo foi criada para que o homem se defendesse dos animais ferozes que existem no mundo.
No entanto o meu interlocutor não demonstrava aceitar a ponderação, dizendo que não aceitava tal ideia porque, para ele, é inaceitável tal comportamento, partindo de uma pessoa. E completava: "É inadmissível alguém ferir ou matar um semelhante" .
É óbvio que concordei com a colocação dessa pessoa. Mas tentei explicar que a gravidade dessa situação não está, exatamente, na existência da arma, mas sim na mente e na ação daquela que perpetra tal comportamento. Porque uma faca, um canivete ou qualquer outra peça cortante, pode muito bem ser empregada como arma. E, no entanto, tais ferramentas existem para trabalhos manuais/profissionais e não para ser usada contra um ser humano.
E nesses tempos atuais, o que mais se vê são crimes após crimes, vitimando pessoas nas mais diversas idades. Não escapa ninguém. E o espantoso nisso é ainda ver pessoas usando tais acontecimentos como piada, com sarcasmo ou ironia acentuada, como bem se vê em certos programas no rádio e na televisão.
Foto de Ney Silva
Fica muito fácil para essa gente tripudiar diante da dor alheia. Esquecendo-se que um dia eles próprios podem virar personagens em seus próprios programas. Ou algum de seus parentes ou amigos. Dá no mesmo.
Por fim, afirmei para esse meu interlocutor que a raça humana está perdendo sua principal essência: a humanidade. Porque não dá para entender ou explicar certos acontecimentos que se dão em nosso cotidiano, onde o resultado final é a morte de um semelhante. E por motivos fúteis, em sua maioria.
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