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sábado, 28 de maio de 2016

O TRABALHO PODE ESPERAR

    E ontem, Sexta-Feira, espremida entre o final de semana e o feriado de Corpus Christi, fiz o que muita gente fez: não trabalhei. E fui andar pelo centro da cidade (RJ), para atualizar-me das mudanças que ali se deram nesses últimos tempos, em função das modernidades perpetradas pela Prefeitura.
    E quem estiver ausente dessa cidade por mais de três a cinco anos, quando nela estiver de novo, pouco a reconhecerá nessa região. Porque as mudanças foram quase que radicais, começando pela derrubada do Elevado da Perimetral e a transformação da Avenida Rio Branco em trilhos para o tal de Veículo Leve Sobre Trilho (VLT), bem como parte do trajeto transformado em calçadão e jardins.                                                                      O VLT
     Como sempre fui contrário a tais alterações, só tenho que explicar a razão disso. E é muito simples. Com tantas necessidades imperiosas da população em tantos outros serviços e locais, a Prefeitura, na pessoa de seu Prefeito, incumbiu-se de destruir grande parte do patrimônio da população com a derrubada daquele elevado. E como vemos, as escolas e os hospitais cariocas encontram-se em péssimos estados. Fora um monte de outras coisas mais importantes, também.
    Mas um dos principais fatores dessas impensadas ações, tem a ver com o caos que causou à cidade e a seus moradores. Principalmente no trânsito. Porque esculhambou-se muito mais do que já era, aumentando em muito o sofrimento físico, mental/psicológico e financeiro de todos os que por ela transitam e residem. Caso alguém se propusesse a calcular ou mensurar tal valor, transformando-o em reais, ficaria estarrecido com o valor encontrado.
    Segundo consta, tais mudanças aconteceram só por um intuito: o de paisagismo. Mudar a configuração estética do centro da cidade e suas adjacências, principalmente na reta do cais do porto. E até mesmo a colocação do VLT, não conseguirá resolver nenhum problema ligado ao transporte da população. Será uma coisa meramente figurativa. O que popularmente poder-se-ia afirmar ser "coisa só para inglês ver".
Prédio Avenida Central
    Mas há um detalhe a considerar nessas intervenções paisagísticas: a qualidade do material e do serviço ali empregados, fará com que em pouco tempo tudo aquilo seja refeito, recuperado. Porque já ao final das obras, basta ter um olho atento para reparar graves deficiências no que foi feito. E é onde os órgãos fiscalizadores já deveriam manifestar-se sobre tal. E esta cidade jamais terá um trânsito normal doravante.
    E não foi só nisso que atentei nessa minha caminhada pelo centro. Duas coisas chamaram-me atenção: a primeira foi uma loja dessas que vendem materiais de pesca e acampamento, onde vi estampada em uma das paredes internas da loja, uma quantidade de armas, que a princípio, para os leigos nisso, parecem ser armas verdadeiras, das que chamamos "pesadas". Mas que na verdade são réplicas dessas. E são usadas para divertimento de quem as adquire. Do tipo de munição de plástico e bolas de tintas para atingir e manchar àqueles atingidos, sem causar-lhes danos físicos nenhum.                                                                                                   Banca de camelô
    Mas outros fatos também observei junto ao prédio conhecido como "Avenida Central". A presença escancarada de vendedores ambulantes (camelôs), que oferecem aos transeuntes cds de programas piratas. E o fazem de forma acintosa, sem se preocuparem com os agentes públicos que por ali passam e/ou trabalham. Estendem os mesmos pela calçada, atrapalhando a circulação dos pedestres. Isso em pleno centro da cidade do Rio de Janeiro. Isto só configura os desmandos que existem aqui, bem como a negligência dos agentes públicos em zelarem pelo bem estar e segurança da população da cidade.
    E ao caminhar pelo calçadão do Largo da Carioca, onde fica esse prédio, fiquei olhando para ele, observando que o mesmo encontra-se em péssimo estado físico. Com muitos vidros quebradas e a coloração desbotada ao extremo em sua fachada. E aí remeteu-me ao meu tempo de guri, que levado pelo meu pai, ele explicava que aquele prédio "era de aço". E seus elevadores "falavam com os usuários", porque era dotado de sistema de voz e alto falantes, na movimentação dos elevadores, coisa impensada para a época e para a cidade, naqueles tempos. E uma modernidade extrema no país.
    E foi assim a minha Sexta-Feira. Um tanto quanto turística, para um já tão vivente cidadão dessa cidade,  dita "maravilhosa". Mas que gosta de atentar para as coisas que nela existem, mas reparando com mais apuro aquelas que fogem da normalidade de nossas vidas e são pouco perceptíveis a tantos.

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